Haroldo Lima explica último balanço da Petrobras
Portal Vermelho
Recentemente a diretoria da Petrobras apresentou demonstrativos contábeis em que apontava um resultado líquido negativo de R$ 21,6 bilhões no exercício de 2014. Destes, o prejuízo resultante dos desvios de recursos investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, contabilizaram R$ 6,2 bi. O assunto foi debatido pelo consultor da área de exploração de petróleo, engenheiro Haroldo Lima, em entrevista à Rádio Sputinik, da agência russa de notícias no Brasil na última quinta (27/5).
Recentemente a diretoria da Petrobras apresentou demonstrativos contábeis em que apontava um resultado líquido negativo de R$ 21,6 bilhões no exercício de 2014. Destes, o prejuízo resultante dos desvios de recursos investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, contabilizaram R$ 6,2 bi. O assunto foi debatido pelo consultor da área de exploração de petróleo, engenheiro Haroldo Lima, em entrevista à Rádio Sputinik, da agência russa de notícias no Brasil na última quinta (27/5).
Em nota oficial a Petrobras
anunciou no dia 22 de abril deste ano que foram apresentados “prejuízos de R$
21,6 bilhões em 2014, em função, principalmente, da perda por desvalorização de
ativos (impairment), de R$ 44,6 bilhões; e da baixa decorrente de
pagamentos indevidos identificados no âmbito da Operação Lava Jato, de R$ 6,2
bilhões. Também impactaram os resultados o provisionamento de perdas com
recebíveis do setor elétrico (R$ 4,5 bilhões), as baixas relacionadas à
construção das refinarias Premium I e II (R$ 2,8 bilhões) e o provisionamento
do Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário - PIDV (R$ 2,4 bilhões),
entre outros”, dizia a nota.
Em entrevista à Rádio Sputinik, o ex-presidente da ANP, Haroldo Lima, apontou que apesar dos prejuízos, as demonstrações contábeis da Petrobras apresentadas em seu último balanço tiveram aspecto positivo. Segundo ele, pela grande quantidade de obstáculos que houve no último ano, a estatal conseguiu que fosse aprovado o balanço em assembleia. “Foi uma vitória, significou a transposição de uma barreira, de uma dificuldade legal muito grande que criava problemas com a regulação no Brasil, com a comissão de valores mobiliários do Brasil e dos Estados Unidos, porque ela é uma empresa internacional, e com isso superou e deu um pontapé na quantidade enorme de obstáculos que estavam sendo postos na sua existência e passou assim para uma nova fase. É o que ela própria está sentindo e sua diretoria também está percebendo”.
Na entrevista, o repórter questionou que a grande mídia publicou na época que alguns dos acionistas presentes na reunião criticaram o fato da Petrobras não ter distribuído dividendos relativos ao exercício de 2014, alegando prejuízos financeiros. No entanto, o relatório foi aprovado com votos de representantes da União que é a acionista majoritária da empresa. Para Haroldo Lima, não são procedentes as críticas, pois, segundo ele, na verdade não estava em pauta a distribuição de dividendos; os demonstrativos da empresa apontaram que teve prejuízo. “Seria uma coisa esdrúxula uma pessoa resolver distribuir dividendos numa hora que teve prejuízo, não é correto, por isso, acho que foi justa a posição da diretoria da Petrobras em assumir isso, ‘não estamos podendo distribuir dividendos’ quando você está colhendo prejuízos, disse Haroldo, lembrando que o total de perdas foi de R$ 21,6 bilhões.
Outra questão criticada pela grande mídia foi o pagamento da Petrobras aos funcionários da empresa, prevista no programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Para o consultor, “o pano de fundo da questão é assumir as obrigações, ainda mais um acordo coletivo de trabalho, porque uma delas é o pagamento dos funcionários que contribuíram para que aquelas metas fossem atingidas, não é uma distribuição de dividendos, isso é um pagamento de compromissos assumidos perante a justiça do trabalho. Seria um desastre muito grande se isso não ocorresse”, explicou Haroldo.
Diante dos números divulgados pela Petrobras, Haroldo destacou que a empresa tem uma pujança interior que passa por cima de vários problemas conjunturais, do ponto de vista global, a empresa é enorme, tem de 30 a 40 bilhões de barris de petróleo, pouquíssimas empresas têm isso.
Imediatamente está enfrentando os problemas. São três números, apontou Haroldo, 21 bilhões de prejuízo na sua gestão em 2014, e decorre de corrupção 6 bi, 44 bi estão relacionados com a revisão dos preços dos ativos, não foi principalmente a corrupção, foi uma perda efetiva referente às reavaliações do ativo, não internamente, mas pela queda do preço do produto internacional. Aconteceu com todas as petroleiras do mundo. Além disso, teve o problema da corrupção e o resultado foi negativo. Mas nos últimos meses ela reviu, o que fez com que amortecesse o prejuízo que ela teve num período anterior. A manutenção do preço dos combustíveis, também entra no quadro de prejuízo, afirmou.
Questionado se é possível se extirpar a corrupção da Petrobras, Haroldo respondeu afirmativamente. “A ideia da corrupção era quase que sistêmica, mas os fatos recentes mostraram que é necessário fazer uma revisão mais profunda, reorganizar o seu processo de fiscalização na empresa. Essa ideia de escolher cinco ou seis empresas para ver quais são os equipamentos que devem ser adquiridos, escolhendo antecipadamente o que vão fazer, isso sugere, suscita, possibilita, a formação do cartel, explica Haroldo. “Quando seis ou sete empresas se juntam há uma grande possibilidade delas aumentarem muito os preços e dividirem isso”.
Para Haroldo, a parte mais significativa da corrupção não é para os funcionários ou para os políticos. Seguramente será a Petrobras que vai ganhar muito com a nova forma de fazer governança da companhia, declarou o ex-diretor da ANP.
Ouça a íntegra da entrevista http://migre.me/q7DPd
Em entrevista à Rádio Sputinik, o ex-presidente da ANP, Haroldo Lima, apontou que apesar dos prejuízos, as demonstrações contábeis da Petrobras apresentadas em seu último balanço tiveram aspecto positivo. Segundo ele, pela grande quantidade de obstáculos que houve no último ano, a estatal conseguiu que fosse aprovado o balanço em assembleia. “Foi uma vitória, significou a transposição de uma barreira, de uma dificuldade legal muito grande que criava problemas com a regulação no Brasil, com a comissão de valores mobiliários do Brasil e dos Estados Unidos, porque ela é uma empresa internacional, e com isso superou e deu um pontapé na quantidade enorme de obstáculos que estavam sendo postos na sua existência e passou assim para uma nova fase. É o que ela própria está sentindo e sua diretoria também está percebendo”.
Na entrevista, o repórter questionou que a grande mídia publicou na época que alguns dos acionistas presentes na reunião criticaram o fato da Petrobras não ter distribuído dividendos relativos ao exercício de 2014, alegando prejuízos financeiros. No entanto, o relatório foi aprovado com votos de representantes da União que é a acionista majoritária da empresa. Para Haroldo Lima, não são procedentes as críticas, pois, segundo ele, na verdade não estava em pauta a distribuição de dividendos; os demonstrativos da empresa apontaram que teve prejuízo. “Seria uma coisa esdrúxula uma pessoa resolver distribuir dividendos numa hora que teve prejuízo, não é correto, por isso, acho que foi justa a posição da diretoria da Petrobras em assumir isso, ‘não estamos podendo distribuir dividendos’ quando você está colhendo prejuízos, disse Haroldo, lembrando que o total de perdas foi de R$ 21,6 bilhões.
Outra questão criticada pela grande mídia foi o pagamento da Petrobras aos funcionários da empresa, prevista no programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Para o consultor, “o pano de fundo da questão é assumir as obrigações, ainda mais um acordo coletivo de trabalho, porque uma delas é o pagamento dos funcionários que contribuíram para que aquelas metas fossem atingidas, não é uma distribuição de dividendos, isso é um pagamento de compromissos assumidos perante a justiça do trabalho. Seria um desastre muito grande se isso não ocorresse”, explicou Haroldo.
Diante dos números divulgados pela Petrobras, Haroldo destacou que a empresa tem uma pujança interior que passa por cima de vários problemas conjunturais, do ponto de vista global, a empresa é enorme, tem de 30 a 40 bilhões de barris de petróleo, pouquíssimas empresas têm isso.
Imediatamente está enfrentando os problemas. São três números, apontou Haroldo, 21 bilhões de prejuízo na sua gestão em 2014, e decorre de corrupção 6 bi, 44 bi estão relacionados com a revisão dos preços dos ativos, não foi principalmente a corrupção, foi uma perda efetiva referente às reavaliações do ativo, não internamente, mas pela queda do preço do produto internacional. Aconteceu com todas as petroleiras do mundo. Além disso, teve o problema da corrupção e o resultado foi negativo. Mas nos últimos meses ela reviu, o que fez com que amortecesse o prejuízo que ela teve num período anterior. A manutenção do preço dos combustíveis, também entra no quadro de prejuízo, afirmou.
Questionado se é possível se extirpar a corrupção da Petrobras, Haroldo respondeu afirmativamente. “A ideia da corrupção era quase que sistêmica, mas os fatos recentes mostraram que é necessário fazer uma revisão mais profunda, reorganizar o seu processo de fiscalização na empresa. Essa ideia de escolher cinco ou seis empresas para ver quais são os equipamentos que devem ser adquiridos, escolhendo antecipadamente o que vão fazer, isso sugere, suscita, possibilita, a formação do cartel, explica Haroldo. “Quando seis ou sete empresas se juntam há uma grande possibilidade delas aumentarem muito os preços e dividirem isso”.
Para Haroldo, a parte mais significativa da corrupção não é para os funcionários ou para os políticos. Seguramente será a Petrobras que vai ganhar muito com a nova forma de fazer governança da companhia, declarou o ex-diretor da ANP.
Ouça a íntegra da entrevista http://migre.me/q7DPd
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