As pragas da nova ordem
Eduardo
Bomfim, no Vermelho
Apesar
da grande revolução tecnológica ninguém em sã consciência consegue admitir que
vivemos uma época de prosperidade civilizacional. Nem mesmo Cândido, o otimista
personagem de Voltaire.
Ao contrário agravou-se a crise
capitalista da nova ordem mundial cuja gênese pode ser indicada na década de
80.
A tragédia financeira imposta
aos povos trouxe em consequência uma hegemonia imperialista distinta das épocas
colonial e neocolonial que ensejaram as lutas de libertação nacional, social
nos anos 70 do século 20 especialmente no sudeste asiático e continente
africano.
A governança imperialista fez-se
de forma absoluta: militar, cultural, ideológica, financeira, midiática. Juntas
constituíram uma espécie de ditadura do pensamento único para a maximização dos
objetivos do Mercado rentista e dominação política mundial.
Mesmo com a emergência dos BRICS
ainda vivemos uma fase de resistência, transição para outra ordem multilateral.
E a ferocidade do status quo aumenta na proporção que viceja alternativa mais
democrática e justa.
No entanto são cada vez mais
expostas as sequelas da política de terra arrasada do reinado neoliberal que se
assemelham a pragas espalhadas ao vento pelos continentes.
A violência urbana, social ou
individual, por exemplo, deita raiz no tipo de civilização erigida nesses
tempos. Não como decorrência natural do crescimento das cidades, aumento da
população global. Trata-se de uma falácia.
As vagas errantes de imigrantes
pelos mares da Europa resultam das intervenções imperialistas que varrem o
Oriente, África, na pilhagem dos recursos naturais escorraçando populações
inteiras como párias sem raízes, dinheiro, sem nome, sem idioma, desesperados.
A crise de 2008 aprofundou a
debacle financeira inclusive das regiões ricas, Europa, EUA, gerando
desemprego, precarização de conquistas trabalhistas, índices pífios de
crescimento econômico global.
O terrorismo que assola o
Oriente, Europa, vem da desestabilização de nações como Iraque, Líbia, Síria e
vastas regiões, mas foram treinados, armados para os objetivos imperialistas.
A sociedade digital,
imediatista, autocentrada, esconde em seu interior uma crise civilizacional sem
precedentes, inclusive no Brasil, que deve ser superada com muita luta
política, ideias renovadas de valor universal.
Leia mais sobre temas
da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário