Democracia sob risco
Luciano Siqueira
Não nos enganemos:
para além da prisão de vândalos terroristas e da dissipação momentânea de
bolsonaristas insanos da Praça dos Três Poderes, agora em Brasília — fatos por
si mesmo extremamente graves — persiste a ameaça às instituições democráticas
cultuada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nos últimos 4 anos.
Não exagero ao usar a
expressão "ponta do iceberg" para caracterizar os fatos de hoje e
acentuar o tamanho dessa ameaça.
Simbolicamente, se é
que é possível usar essa expressão nesse caso, ao invadirem o Palácio do
Planalto, o Congresso Nacional e o STF, bolsonaristas ocuparam momentaneamente
o poder da República.
É o que pretenderam
sinalizar, elevando o tom dos seus apelos persistentes em defesa de um golpe
militar.
Quantos foram os
vândalos hoje na Praça dos Três Poderes? Importa relativamente pouco diante da
dimensão social do extremismo de direita que ascendeu recentemente no país.
Em contrapartida, em
paralelo ao conjunto das medidas tomadas pelo governo federal, pelo parlamento
e pelo judiciário - "com firmeza e punição", como acentua a ministra da Ciência e Tecnologia e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos -, o movimento democrático amplo precisa se mobilizar e ganhar
as ruas em manifestações pacíficas na defesa da democracia.
Há uma disputa de
narrativas diante de uma população ainda dividida, entre o polo democrático e
progressista que venceu o último pleito presidencial versus a direita bolsonarista.
É preciso vencer essa disputa através do discurso e do gesto.
Importa fincar os pés na realidade
concreta https://bit.ly/3Ye45TD
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