09 março 2023

Futebol: imprevisível?

Resultados no futebol são verdadeiros enigmas da razão

Vindos da Série B, Grêmio e Vasco venceram clássicos e podem fazer bela campanha
Tostão/Folha de S. Paulo

 

Gostei da ideia do interino técnico Ramon na convocação da seleção brasileira para o amistoso contra Marrocos ao associar jogadores que atuaram na Copa do Mundo com outros que jogam no Brasil, com jovens que fizeram parte da seleção sub-20 e alguns com idade olímpica, menos de 23 anos. Vários desses jovens poderão evoluir e atuar no Mundial de 2026.

Porém faltaram dois jovens importantes, que estavam presentes na Copa de 2022: Bruno Guimarães, que continua jogando bem na Inglaterra, e, principalmente, Martinelli, destaque do Arsenal, líder do Campeonato Inglês. Os dois, no momento, estão acima de outros que foram convocados para suas posições.

Pela convocação, o time que deve iniciar o jogo, a não ser que Ramon faça várias experiências, deve ter nove jogadores que estavam no Mundial de 2022: Éderson ou Wéverton, Marquinhos, Militão, Alex Telles, Casemiro, Rodrygo ou Anthony, Vinicius Junior, Paquetá e Richarlison. O lateral direito Emerson, que quase foi ao Mundial, deve ser o titular. Ao lado de Casemiro, há três meio-campistas para uma vaga: André, João Gomes e Andrey.

Espero que, em um tempo variável, Ramon evolua, adquira muitos conhecimentos e se torne um grande treinador. O jovem Scaloni, campeão do mundo, que nunca tinha comandado um time na Argentina, é uma exceção. Scaloni, que teve ótimas condutas, contou com o apoio do genial Messi e de outros ótimos jogadores e do enorme desejo de todos em recuperar o prestígio mundial do futebol argentino.

Além disso, não houve surpresa. A Argentina, antes do Mundial, estava no mesmo nível técnico das oito candidatas ao título. A França, teoricamente a mais forte, teve desfalques importantes, como Benzema. A Copa do Mundo é a grande festa do futebol, mas há, com frequência, uma supervalorização do nível técnico da seleção vencedora, como se ela fosse sempre espetacular e heroica.

Existe também no futebol, especialmente em campeonatos curtos, uma sucessão de fatores surpreendentes que mudam a história do jogo. Dias atrás, o Liverpool perdeu para o Real Madrid por 5 x 2 pela Copa dos Campeões; em seguida, goleou o Manchester United por 7 x 0 pelo Campeonato Inglês; o Manchester United tinha vencido o Barcelona pela Liga Europa; o Barcelona, por sua vez, tinha ganhado do Real Madrid pelo Campeonato Espanhol. É a dança das incertezas.

Enquanto sonho em ver a seleção brasileira mais forte em 2026, com melhores laterais, com um craque meio-campista do nível de um Modric, um De Bruyne, um Gerson, o da Copa de 70, com um centroavante próximo a um Ronaldo, um Romário, um Reinaldo, continuam os campeonatos sul-americanos e os longos estaduais.

Repito, os grandes times brasileiros, em vez de se contentarem com o domínio do futebol sul-americano, deveriam tentar melhorar o calendário e a qualidade para se aproximarem do nível técnico das melhores equipes europeias.

Os desempenhos e as vitórias do Grêmio sobre o Inter e do Vasco sobre o Flamengo mostram que Grêmio e Vasco, vindos da Série B, contrataram ótimos jogadores e possuem grades chances de fazer excelentes campanhas na primeira divisão.

Kleber, cruzeirense doente, dono da banca onde vou bater papo e comprar o meu jornal, ao me ver desabafou após o último jogo do Cruzeiro: "Estou horrorizado com a atuação do time". Eu também fiquei preocupado com a campanha do time na primeira divisão do Brasileirão.

As emoções dão cor à vida https://bit.ly/3n47CDe     

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