06 março 2023

Minha opinião

Líder decadente

Luciano Siqueira

 

Não terá sido o primeiro caso de um líder apenas circunstancial na História. Aqui e allures.

Um somatório de circunstâncias para as quais concorreram diferentes atores, não necessariamente convergentes em seus propósitos, permitiu que o senhor Jair Messias Bolsonaro, capitão precocemente reformado do Exército por indisciplina e bisonho deputado federal, assumisse a liderança de uma extrema direita ascendente.

A mais corrosiva campanha midiática, que durou cerca de 10 anos, tendo como alvo a esquerda e as forças progressistas, gerou um vazio que seria ocupado por ele.

E, como se viu, ocupou a presidência da República.

Fora da retórica do ódio e do preconceito, ele não é ninguém.

Agora, vendo sua desastrosa herança administrativa revelada dia a dia e às voltas com vários processos judiciais, o ex-presidente permanece no dilema de seguir no auto exílio ocioso ou retornar ao país.

Retornar mesmo para quê? É a questão. 

Esclarecedora matéria publicada na revista Piauí — transcrita aqui no blog  https://bit.ly/3ZLp7ZS — dá a medida dos embaraços que ele terá de enfrentar. Já não são poucos os seus ex-correligionários que abertamente dizem procurar uma rearrumação de forças à direita, incluindo a escolha de alguém mais capacitado para liderá-la.

Aguarda Bolsonaro o julgamento da História, que lhe será muito severo; e, em termos imediatos, a incômoda situação de líder decadente.

Dramático subproduto de um governo desastroso https://t.co/9G7tmcXZwH

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