Líder decadente
Luciano Siqueira
Não terá sido o
primeiro caso de um líder apenas circunstancial na História. Aqui e allures.
Um somatório de
circunstâncias para as quais concorreram diferentes atores, não necessariamente
convergentes em seus propósitos, permitiu que o senhor Jair Messias Bolsonaro,
capitão precocemente reformado do Exército por indisciplina e bisonho deputado
federal, assumisse a liderança de uma extrema direita ascendente.
A mais corrosiva
campanha midiática, que durou cerca de 10 anos, tendo como alvo a esquerda e as
forças progressistas, gerou um vazio que seria ocupado por ele.
E, como se viu,
ocupou a presidência da República.
Fora da retórica do
ódio e do preconceito, ele não é ninguém.
Agora, vendo sua
desastrosa herança administrativa revelada dia a dia e às voltas com vários
processos judiciais, o ex-presidente permanece no dilema de seguir no auto
exílio ocioso ou retornar ao país.
Retornar mesmo para
quê? É a questão.
Esclarecedora matéria
publicada na revista Piauí — transcrita aqui no blog https://bit.ly/3ZLp7ZS — dá a medida dos
embaraços que ele terá de enfrentar. Já não são poucos os seus ex-correligionários
que abertamente dizem procurar uma rearrumação de forças à direita, incluindo a
escolha de alguém mais capacitado para liderá-la.
Aguarda Bolsonaro o
julgamento da História, que lhe será muito severo; e, em termos imediatos, a
incômoda situação de líder decadente.
Dramático subproduto de um governo desastroso https://t.co/9G7tmcXZwH
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