Prisão de Silvinei Vasques fecha cerco judicial a Bolsonaro
Ex-diretor da PRF foi maior símbolo da captura do Estado a serviço de projeto extremista
Bernardo Mello Franco/O Globo
A prisão de Silvinei Vasques leva para trás das grades o maior símbolo da captura do Estado pelo projeto extremista de Jair Bolsonaro.
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal usou o cargo para tumultuar as eleições. No domingo do segundo turno, ele afrontou o Tribunal Superior Eleitoral e ordenou a montagem de barreiras em rodovias. Queria aumentar a abstenção no Nordeste e impedir eleitores de Lula de votar.
O plano só fracassou por causa da intervenção do ministro Alexandre de Moraes, que ameaçou prender o então diretor da PRF por descumprimento de decisão judicial.
Depois da derrota do capitão, Silvinei fez vista grossa para os bloqueios ilegais promovidos por caminhoneiros bolsonaristas. O objetivo era parar o país e forçar uma intervenção das Forças Armadas.
Ao longo da campanha, o chefe da PRF já havia atuado como dublê de policial e cabo eleitoral. Usou a farda e o distintivo para pedir votos para Bolsonaro. Por isso, já era réu em ação de improbidade administrativa movida no ano passado.
Sua gestão também ficou marcada por episódios de brutalidade. No mais notório, agentes da PRF torturaram e mataram um homem no interior de Sergipe, usando o pota-malas da viatura como uma câmara de gás.
Apesar desse histórico, Silvinei foi premiado pela lealdade ao projeto bolsonarista. Às vésperas do Natal de 2022, aposentou-se com salário integral, antes de completar 50 anos de idade.
A prisão do ex-diretor da PRF colabora para fechar o cerco judicial a Bolsonaro. O delegado Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid já haviam ido para a cadeia por atentar contra a democracia. O capitão era o chefe de todos eles.
A idiotice explícita de Romeu Zema https://tinyurl.com/5u72h3d6
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