Quatro anos em que o crime organizado cingiu a faixa
Enio Lins*
Não há como alternar a pauta em relação ao tema anterior, pois a virada de semana seguiu nucleada pela impressionante sequência de crimes denunciados como tendo sido cometidos por Jair e sua quadrilha.
Denúncias, consubstanciadas e objetivas, provas, desfilam em grande quantidade e velocidade, como que se atropelando em desabalada correria na lama. Sobrepondo-se roubos de joias a tentativas de fraudar as eleições.
Tantas, tão diversificadas são as denúncias que fica muito difícil uma avaliação mais detalhada em espaço menor que um livro; e, se fosse para o cinema, não caberia num longa-metragem. Quando virar filme terá de ser série.
Tem tudo para ser uma série sobre a máfia e afins, roteiro internacional, mostrando como um tipo de Pablo Escobar chegou à presidência de um País como o Brasil e, no poder, ampliou sua rede no crime organizado.
Pergunta-se: os crimes denunciados até agora, de Jair e sua trupe, ficaram restrito à subtração de relógios de luxo e joias? Ou será que um dos primeiros flagrantes, aquele do tráfico de cocaína, é indicativo de outras áreas de atuação?
Que mesmo expõe aquela prisão de um sargento da Aeronáutica ao tentar passar pela alfândega espanhola uma mala com 39 quilos de cocaína? O militar transportou a droga num avião militar da comitiva oficial do presidente Jair Messias.
Identificada como uma ação “amadora”, a tentativa de fazer passar por uma alfândega europeia uma mala de droga parece ser tentativa experimental do uso de facilidades próprias do status da presidência da República. Ou não?
Fato é que a chegada de Jair Messias à presidência fez desencadear uma enxurrada de crimes comuns ao banditismo mais reles, que vão do tráfico de drogas ao tráfico de bens aliviados ao patrimônio público.
Não devemos nos esquecer da denúncia (que fim terá levado?) da tentativa de se cobrar US$ 1 dólar por vacina contra o Covid, negociata proposta por um simples cabo PM, e exposta durante os trabalhos da CPI da pandemia.
Impressionante como se descortina um quadriênio em que o crime organizado cingiu a faixa verde-amarela, e com total crença na impunidade, numa espécie de fé cega no poder do mito “comandante supremo das forças armadas”.
*Arquiteto, jornalista, cartunista e ilustrador
A semana mais infernal do ano para Bolsonaro em 5 novas crises https://tinyurl.com/267uhweu
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