Uma CPI esmiuçando os intestinos e o lixo golpista
Enio LIns*
Ontem, a CPI dos Atos Golpistas aprovou algumas medidas significativas para o bom andamento das investigações parlamentares sobre as tentativas de golpe bolsonarista que tiveram seu ápice no dia 8 de janeiro.
Em verdade, foram várias tentativas golpistas orquestradas mesmo antes das eleições, e todas tinham o mesmo fio condutor, a mesma motivação: transformar o mito num ditador paramilitar. O dia 8 foi a cartada final. Goraram todas.
Nesse roteiro golpista paramilitar (envolvendo militares da ativa, milicianos e quadrilheiros no geral) diversos ensaios foram realizados, como o patético desfile dos fumacentos tanques de guerra no dia 18 de agosto de 2021.
Também em 2021, durante comemoração do 7 de setembro, em discurso arreganhado na Avenida Paulista, o falso messias se espojou ao agredir o STF, e insultou pessoalmente o ministro Alexandre de Moraes, insuflando seu gado.
Ao longo de meses, Jair moveu uma intensa campanha de mentiras para tentar desqualificar o sistema brasileiro de voto eletrônico e reinstituir o superado, e comprovadamente vulnerável, “voto impresso”. Sonhava com o voto bico-de-pena.
No dia do segundo turno o golpe bolsonarista colocou as unhas de fora com a acintosa atuação eleitoral da Polícia Rodoviária Federal se esfalfando na tentativa de impedir o deslocamento às urnas de eleitores presumivelmente opositores.
Quando nada deu certo, financiaram a peso de ouro a invasão à Brasília e, com apoio de parcela fardada, tentam subverter o rumo democrático criando um clima de desordem que imaginavam provocador de uma intervenção militar. Mixou.
Foi aprovado a quebra dos sigilos bancário e telemático da deputada da pistola, Carla Zambelli, do hacker Walter Delgatti, nova convocação do minicoronel Cid, quebra dos sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal de dois assessores do Jair...
E, o mais significativo: foi aprovado um pedido ao Exército para que forneça processos, sindicâncias e inquéritos instaurados para investigar militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto.
*Arquiteto, jornalista, cartunista e ilustrador'Mórbida precisão científica', uma crônica para descontrair https://tinyurl.com/26h45qd3
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