Luciano Siqueira
Na manhã deste sábado participei de prazerosa reunião com trabalhadoras e trabalhadores da educação da rede pública de Pernambuco.
Uma fração do proletariado, podemos dizer — numa percepção marxista atualizada, que engloba como classe trabalhadora proletária todas as categorias assalariadas.
Professoras e professores, como bem sabemos, constituem uma categoria a um só tempo estratégica para a formação de uma consciência social avançada em nosso país; e no entanto sacrificada pelas condições de trabalho exaustivas e de remuneração insuficiente.
Na reunião de hoje, companheiras e companheiros da corrente classista — acolhida na CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) —, portanto movidos não apenas pelos interesses imediatos da categoria, mas sobretudo por um projeto estratégico de transformação da sociedade brasileira no rumo do socialismo.
Para mim, que não sou professor, apenas um eterno agradecido pelo bem que me fizeram professoras e professores ao longo da vida — da alfabetização ao curso médico, à residência médica e a pós-graduação na FIOCRUZ —, uma reunião instigante.
Os mestres que guardo na memória com imenso carinho (vários deles já não estão entre nós) são precisamente os que mais me inquietaram e me estimularam a pensar.
Pois o conteúdo da reunião de hoje estimula a reflexão sobre a luta específica desta categoria profissional inserida no novo cenário que o Brasil vive a partir do governo Lula.
Um cenário de possibilidades, que a depender da alteração progressiva da correlação de forças existente pode vir a instaurar um novo ciclo de transformações progressistas na sociedade brasileira.
Não é uma luta simples.
Acontece em múltiplos ambientes - do parlamento nacional, onde na Câmara dos Deputados quatro quintos dos parlamentares se elegeu apoiando Bolsonaro e uma parcela ainda numericamente insuficiente realiza penosa transição para a base de apoio do governo -, às mais diversas instâncias da vida social.
Ainda é insuficiente um dos elementos decisivos no apoio ao projeto de reconstrução nacional encetado pelo governo Lula: o "fator rua".
Certamente professoras e professores, tanto da rede pública como de escolas privadas, nos diversos níveis, têm um papel importantíssimo a cumprir na gestação desse "fator".
Um dos desafios, portanto, dessa categoria na rede pública Estadual de Pernambuco.
Isso obviamente ao lado da pauta própria de reivindicação e de luta.
Do nosso debate de hoje muitos elementos podem ser anotados — e certamente foram.
Da minha parte, olhando de fora para dentro, como se diz, creio que duas necessidades se apresentam com urgência: a exata compreensão da orientação partidária para o trabalho político junto ao povo em geral e através dos sindicatos em particular; e uma atualização o quanto possível realista das condições de vida e de trabalho e do modo de pensar dos trabalhadores da educação no momento atual pós-pandemia e de novo cenário político.
Ao fim da reunião, senti-me convicto de que a turma é muito boa, está motivada e tem experiência e competência acumuladas que a credenciam a percorrer o melhor caminho neste momento.
Bendito sábado! Sigamos adiante.
Um bom sinal, apesar de tudo https://tinyurl.com/ywsj8jzu
Um comentário:
Infelizmente não pude participar. Justifiquei pra Valéria o motivo de minha ausência.
Parabéns pelo conteúdo que permeou o debate na reunião de hoje. Parabéns ao Luciano Siqueira pela coordenação e pela participação dos companheiros e companheiras.
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