O futebol mudou para melhor
Principais equipes do mundo jogam com intensidade e alternam estratégias
Tostão/Folha de S. Paulo
O governo do estado, sem sensibilidade cultural, vai prejudicar e pode até acabar com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, uma das mais importantes da América Latina. A Sala Minas Gerais, casa da filarmônica, passará a ter uma gestão compartilhada com o Sesi-Minas.
Nesta semana, morreu o amigo e músico Pacifico Mascarenhas, pioneiro da bossa nova de Minas Gerais. Ele foi um dos autores, junto com Milton Nascimento, do tema do documentário "Tostão, a Fera de Ouro", produzido em 1969, após as Eliminatórias e antes da Copa do Mundo de 1970.
Está começando o tão esperado Brasileirão. Por ser um campeonato longo e por pontos corridos, não há zebra no final. As surpresas e acasos que ocorrem durante a competição são diluídos com o tempo. No final, as variações na tabela ocorrem entre os clubes que disputam posições previstas no início da competição. Além de Flamengo e Palmeiras, outros clubes, como Atlético-MG e Fluminense, possuem grandes chances de chegar entre os primeiros.
O Botafogo disparou no primeiro turno do ano passado e depois teve uma enorme queda na segunda etapa. A posição final, com a conquista de uma vaga na Libertadores, era a prevista antes de a bola rolar. O Brasileirão tem lógica.
A revelação de alguns jovens excepcionais, como ocorre no Palmeiras e em outros clubes, não é por acaso. Eles, além de ajudar as equipes a ganhar títulos, são negociados por fortunas, que possibilitam aos clubes contratar outros bons jogadores. Cria-se um ciclo vitorioso. Para a formação de garotos brilhantes são necessárias ótimas estruturas e competência profissional. Existe um excesso de pessoas que trabalham no futebol, em todos os setores, que falam muito e entendem pouco. Conhecimento não é repetir estatísticas.
No meio da semana, as quatro partidas das quartas de final da Liga dos Campeões foram excepcionais, especialmente Real Madrid x Manchester City. Foi um confronto entre muitos craques e entre duas diferentes estratégias. A do City, de pressionar, ter a bola, trocar passes e fazer triangulações para chegar ao gol. A do Real, de recuar a marcação e contra-atacar com velocidade por meio de lançamentos para Vinicius Junior e Rodrygo nas costas dos defensores que marcavam adiantados. As duas estratégias funcionaram muito bem.
Faltou ao Real Madrid uma atuação brilhante de Bellingham. A equipe, com frequência, marcava muito atrás, o que possibilitou as finalizações perto da área em dois gols do City. Faltou ao City as presenças de De Bruyne e de Haaland, que quase não pegou na bola.
Haaland é recordista de gols, um centroavante importante para a equipe, mas é um grande exagero, uma inversão de valores, colocá-lo como um dos principais jogadores do mundo por causa do número de gols, ainda mais que o City cria enormes chances para fazer gols. Protagonistas não são apenas os artilheiros. Kane, do Bayern, faz muitos gols, dá passes espetaculares e facilita a atuação de todos os companheiros. É um craque.
O futebol atual, jogado pelas grandes equipes do mundo, evoluiu bastante. Todos os principais times marcam por pressão a saída de bola, tentam trocar passes desde o goleiro mesmo quando são pressionados, jogam com grande intensidade e vibração, defendem e atacam com muitos jogadores, alternam a troca de passes para manter a posse de bola com a velocidade para chegar ao gol, valorizam o drible e o passe, são ofensivos e defensivos e fazem muitos gols. É o futebol total. Não basta vencer. É preciso embelezar o espetáculo.
"Pelas janelas minúsculas contemplamos a imensidão do Índico: nós e o mar, imenso mar a perder de vista" https://bit.ly/3U0y5Rw
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