Independência de quê?
Luciano Siqueira
A cena política do país, para além de complexa e muitas vezes dramática, é palmilhada de falsas versões.
Uma delas é a da chamada independência do Banco Central.
Independente de quê?
Na verdade, a instituição que teoricamente deveria gerir a política monetária do país com o necessário distanciamento dos interesses em conflito, tem na presidência um cidadão empenhado em cumprir a risca os ditames do rentismo.
Pouco lhe importa se a estratosférica taxa de juros impede a retomada do crescimento do país. Para ele, vale sim contentar o todo poderoso mercado.
Entretanto, com as alvíssaras da grande mídia corporativa, Roberto Campos Neto faz de conta de que de fato ocupa o cargo com independência dos interesses em conflito.
Fazia de conta, vale corrigir.
Pois ao participar de eventos políticos na Assembleia Legislativa e junto ao governador de São Paulo, bolsonarista Tarcísio de Freitas, nos quais foi enaltecido como figura proeminente do rentismo, desfez completamente qualquer suposição ingênua quanto a sua suposta independência.
Para a tristeza dos articulistas econômicos da grande mídia, eles próprios disseminadores da falsa autonomia do Banco e do seu presidente.
Entrementes, os interesses superiores da nação e do povo brasileiro ficam a segundo plano.
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