Auge
Paulo Leminski
Me chega na forma de
vozes,
palavras velozes,
agudos de aves,
me chega com anos de
atrasos e planos,
me chega nos ecos,
palácios perdidos,
nuvens, zumbidos,
subterrâneos.
Chega de evasivas,
chega de frases vazias
Chega de ver
fantasmas ao meio-dia.
Chega de carnaval,
chega de fantasia,
chega de fazer de
conta
que Atlântida
existia.
Chega. Tudo chega.
Chega o auge.
O que eu sou me
chega.
[Ilustração: Genevieve Demichel]
Leia também um poema de
Paul Verlaine https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/03/palavra-de-poeta_30.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário