02 agosto 2025

Minha opinião

O fascinio da lata de sardinhas 
Luciano Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65  

Ainda na primeira infância, meus pais proprietários da “Mercearia Natalense”, esquina das ruas São João e Alberto Silva, na Lagoa Seca, Natal, alimentos em conserva me despertavam certo fascínio.

Como carne bovina industrializada vinha de tão longe, condicionada em latas, prontas para o consumo?

Não me ligava aos detalhes do processo industrial, apenas comparava aos fardos de charque e carne de sol que me pareciam muito mais simples e ao alcance da mão.

Até que um dia minha mãe serviu ao almoço uma salada de folhas e legumes acrescidas de sardinhas retiradas de uma lata aberta diante dos meus olhos.

Acho que cheguei a proclamar em voz alta que aquele era o peixe mais gostoso que já havia comido em toda a vida!

Os anos se passaram com o transcorrer das décadas que já se foram e aqui e acolá, em casa, usamos sardinhas em lata, ao óleo ou ao molho de tomate, com verduras e cebola picotada como tira gosto acompanhando uma boa cerveja gelada.

Depois, nem sei exatamente o motivo — talvez porque a predileção pela cerveja deu lugar ao vinho e ao uísque, que não combinam bem com as sardinhas, creio — outros petiscos se sobrepuseram.

De vez em quando, nas compras semanais no supermercado, eu punha um rabo de olho nas latas de sardinha Coqueiro e Gomes da Costa, geralmente enfileiradas na prateleira em posição de concorrência. Via, mas não comprava.

Em Lisboa, Portugal, percebi a importância da sardinha enlatada pela quantidade de lojas especializadas, todas muito bem instaladas. 

Até que nas compras de final de ano, no último dezembro, incluí uma latinha de sardinha escolhida, enfim, para um reencontro. Mas a esqueci na dispensa da cozinha tragada por um tempo que já se passou...

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