O fascinio da lata de sardinhas
Luciano Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Ainda na primeira infância, meus pais proprietários da “Mercearia Natalense”, esquina das ruas São João e Alberto Silva, na Lagoa Seca, Natal, alimentos em conserva me despertavam certo fascínio.
Como
carne bovina industrializada vinha de tão longe, condicionada em latas,
prontas para o consumo?
Não me
ligava aos detalhes do processo industrial, apenas comparava aos fardos de
charque e carne de sol que me pareciam muito mais simples e ao alcance da mão.
Até que
um dia minha mãe serviu ao almoço uma salada de folhas e legumes
acrescidas de sardinhas retiradas de uma lata aberta diante dos meus olhos.
Acho que
cheguei a proclamar em voz alta que aquele era o peixe mais gostoso que já
havia comido em toda a vida!
Os anos
se passaram com o transcorrer das décadas que já se foram e aqui e acolá, em casa, usamos sardinhas em lata, ao óleo ou ao molho de tomate, com verduras
e cebola picotada como tira gosto acompanhando uma boa cerveja gelada.
Depois,
nem sei exatamente o motivo — talvez porque a predileção pela
cerveja deu lugar ao vinho e ao uísque, que não combinam bem com
as sardinhas, creio — outros petiscos se sobrepuseram.
De vez em
quando, nas compras semanais no supermercado, eu punha um rabo de olho nas
latas de sardinha Coqueiro e Gomes da Costa, geralmente enfileiradas na
prateleira em posição de concorrência. Via, mas não comprava.
Em
Lisboa, Portugal, percebi a importância da sardinha enlatada pela quantidade de
lojas especializadas, todas muito bem instaladas.
Até que
nas compras de final de ano, no último dezembro, incluí uma latinha de sardinha
escolhida, enfim, para um reencontro. Mas a esqueci na dispensa da cozinha
tragada por um tempo que já se passou...
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linguagem https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/07/minha-opiniao_29.html
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