O
auto-retrato
Mario Quintana
No auto-retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!
[Ilustração: Alexej von Jawlensky]
Leia também: "Eros & Dionísio", poema de Adalberto Monteiro https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/palavra-de-poeta_25.html

Nenhum comentário:
Postar um comentário