“Há muito espaço de
cooperação entre Brasil e China”, afirma professor
Marcos Costa Lima destaca o potencial das áreas de energia renovável,
proteção ambiental, utilização de recursos hídricos, gestão urbana e saneamento
básico, assim como o campo da tecnologia digital e internet 5G.
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A cooperação econômica e comercial entre Brasil e China tem apresentado melhora constante nos últimos anos, ainda que permaneça havendo muito espaço para mais trocas entre os dois lados. A opinião é de Marcos Costa Lima, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pernambuco e diretor do Centro de Estudos Asiáticos da universidade.
]A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Mesmo durante o período crítico da pandemia da COVID-19, as trocas econômicas e comerciais sino-brasileiras continuaram a tendência de crescimento, auxiliando o Brasil na busca de estabilidade econômica.
Em entrevista exclusiva à agência de notícias chinesa Xinhua, Lima apontou que a cooperação entre os dois países pode ser aprofundada em outros campos além do comercial. O professor destacou o espaço de cooperação nas áreas de energia renovável, proteção ambiental, utilização de recursos hídricos, gestão urbana e saneamento básico, assim como o campo da tecnologia digital e internet 5G.
Ele acredita que as instituições de ensino superior dos dois países podem realizar intercâmbios para promover a aplicação de novas tecnologias como Internet das Coisas, cidades inteligentes e big data no Brasil.
“A velocidade das redes 4G já não é suficiente, por isso que o 5G precisa ser usado. Essa tecnologia transformará os dispositivos inteligentes. Imagine a tecnologia 5G usada para os cuidados com a Amazônia e no controle do desmatamento”, explicou o pesquisador.
Lima também considera que, além da alta tecnologia, Brasil e China também têm grandes oportunidades de cooperação no campo da ecologia. Assim como o país asiático, o Brasil possui grande diversidade botânica que pode ser aproveitada para a produção de medicamentos naturais.
“O Brasil possui amplas áreas de semiárido que poderiam ser tratadas de forma diferente, com reservatórios de água e utilizando novas técnicas agrícolas”, completou o professor.
O pesquisador se disse atento ao desenvolvimento da China no campo da proteção ambiental, e escreveu sobre os desafios chineses relativos ao meio ambiente. Para ele, após a ascensão industrial chinesa, houve uma deterioração das águas, das florestas, etc., mas a nação está “correndo atrás do prejuízo”.
“Em termos legais, há hoje no país um conjunto de medidas importantes de proteção e mudança de paradigma. A China, seja por seu território, seja pela sua população, tem o dever e a obrigação de dar o exemplo ao mundo. Medidas importantes com relação ao carvão, ao plantio de florestas e à redução da poluição no meio urbano vêm sendo tomadas”, sublinhou Lima.
Sobre o grupo BRICS, que este ano tem a China ocupando sua presidência rotativa, Lima afirmou ser necessária a construção de uma agenda que de fato estabeleça investimentos em infraestrutura, em políticas ambientais e de combate à pobreza.
“A China retirou da extrema pobreza mais de 600 milhões de pessoas e continua apoiando projetos para os camponeses. Ela tem autoridade moral de trazer para a mesa um conjunto de projetos importantes para todos os países do BRICS”, salientou o especialista.
Como diretor do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Federal de Pernambuco, Lima visitou a China em quatro ocasiões. O pesquisador esteve em Beijing, Shanghai, Wuhan, Xi’an e algumas áreas rurais para entender melhor a cultura chinesa e compartilhou suas impressões sobre o país.
“(Há) muitas coisas que me impressionam. A primeira é o povo. O povo chinês é simples e amável. A segunda é a diligência e o trabalho árduo do povo chinês. A velocidade da construção urbana da China é incrível. Também estou impressionado com o declínio da taxa de analfabetismo e o aumento da expectativa de vida”, compartilhou o professor.
Fonte: Agência de notícias chinesa Xinhua
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Marcos Costa Lima é professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pernambuco e diretor do Centro de Estudos Asiáticos da universidade. Foto concedida pelo entrevistado à Xinhua/Reprodução da Internet
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