21 março 2023

Minha opinião

Lula e a voz das ruas

Luciano Siqueira

 

Desde a superação da ditadura militar e a partir do primeiro governo Lula, atravessando um governo e meio de Dilma e agora o terceiro governo liderado pelo metalúrgico, jamais foi fácil construir base parlamentar de apoio.

Nas quatro vezes em que Lula e Dilma venceram o pleito, a maioria dos senadores e deputados federais então eleitos haviam-se perfilado na campanha do adversário.

Agora acontece algo semelhante.

Ou seja, para começo de conversa — ou de gestão — o governo precisou construir uma teia de aproximações e de acordos e concessões para que pudesse aprovar suas proposições no Congresso Nacional.

A fórmula se repete agora.

É a regra do jogo. 

Por isso o esperneio de articulistas e afins situados à esquerda, ocupantes de sites e outros meios de comunicação, traduz uma imaturidade sem limites.

É o que Lenin a sua época denominou "esquerdismo infantil" de gente bem intencionada, porém alheia há exata correlação de forças. .

Evidente que nada fica parado no ar. Alianças são celebradas e também desfeitas conforme o andar da carruagem. 

E para que produzam resultados eficazes e os acordos possam melhorar de conteúdo, Lula e as forças mais consequentes da frente ampla que governa devem recorrer à mobilização popular.

A voz das ruas costuma ser eficaz quando ecoa de modo certeiro e organizado.

Ao avisar os prefeitos, em reunião recente em Brasília, que ao retornar da China passará apenas dois dias da semana em Brasília e o restante percorrerá o país debatendo com as forças políticas locais e com o povo as mudanças propostas, Lula quis dizer exatamente isso: a voz das ruas será uma componente do xadrez político daqui por diante.

Que seja.

Nem sempre a aparência é igual à essência https://bit.ly/3Ye45TD

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