Sete estados somaram mais de 2,4 mil casos de
violência contra a mulher
Boletim da Rede de
Observatórios da Segurança revela que estados acompanhados tiveram 2.423 casos
de violência contra a mulher, dos quais 495 foram feminicídio, em 2022
Priscila Lobregatte/Vermelho
www.vermelho.org.br
Às vésperas do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mais um levantamento mostra o tamanho da brutalidade que atinge parte do segmento feminino da população brasileira. Segundo a Rede de Observatórios da Segurança, em sete estados monitorados em 2022, foram registradas 2.423 ocorrências de violência contra a mulher, ou seja, uma vítima a cada quatro horas. No caso de feminicídios, foram 495 casos registrados, o equivalente a ao menos uma mulher morta a cada dia.
O boletim da entidade, intitulado “Elas Vivem: dados que não se calam”, monitorou sete estados: Bahia, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Piauí, São Paulo e Rio de Janeiro.
São Paulo teve o maior número de casos, 898, ou um a cada dez horas, mas teve queda de pouco mais de 3% em relação a 2021; os feminicídios foram 109. O Rio de Janeiro teve forte alta, de 45% sobre o ano passado, figurando na segunda posição entre os estados acompanhados e também é o segundo em casos de feminicídios, com 103.
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Entre os estados do Nordeste acompanhados, a Bahia foi o que teve maior crescimento, de 58%, além de ser o que teve mais feminicídios, 91. No cômputo geral, a Rede apontou, como ocorreu em outras pesquisas sobre o tema, que a grande maioria dos crimes, 75%, teve como autores os companheiros e ex-companheiros.
“O Estado só pode oferecer uma resposta eficaz se houver investimento para se entender esse tipo de crime em suas múltiplas dimensões, e o comprometimento da produção cidadã de dados atua para que esse tipo de violência tenha medidas eficazes e orientadas para a resolução desse padrão de violência que passam por visibilidade, diligência, investimento, responsabilização e prevenção”, explica Edna Jatobá, coordenadora do Observatório da Segurança de Pernambuco.
O desmonte das políticas públicas, sobretudo as focadas nas mulheres durante o governo Bolsonaro, somado ao acesso facilitado da população a armas de fogo, por iniciativa do presidente, à violência política, à crise econômica e à falta de medidas de prevenção formam o conjunto de fatores que explicam esse aumento, de acordo com pesquisadoras da Rede.
O monitoramento é feito a partir do acompanhamento diário de notícias veiculadas na mídia e redes sociais. As informações coletadas alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado.
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