15 agosto 2023

Enio Lins opina

Um passo à frente: juros têm pequena redução

Enio Lins*



Enfim, uma luz no túnel lúgubre cavado pelo Bando Central de Bob Fields Neto: a taxa de juros tem sua primeira baixa, e na ordem de 0,5 ponto percentual, quando a expectativa era de 0,25. Por fim, a pressão do presidente Lula surtiu efeito.

Escreveu Míram Leitão, n’O Globo: “O que o Banco Central iniciou ontem foi um ciclo de queda dos juros que vai se estender até o ano que vem. A queda de 0,5 ponto percentual era a previsão minoritária no mercado, mas foi a decisão acertada”.

Prossegue: “todas as condições estão dadas para isso. A mais importante delas é a desinflação que, em um ano, levou o índice de preços dos dois dígitos aos 3%” e alivia com o BC em seguida, acentuando que a pressão política “nada teve a ver com isso”.

Compreende-se a passada de pano. Faz parte da política de menosprezar a correta pressão presidencial sobre a meliante equipe herdada do falso messias, bando que tem tentado garantir a dependência do Banco Central ao sistema “agiotário”.

Voltando ao dito pela colega (a ex-camarada Míriam é, sem dúvida, a mais prestigiada e preparada personalidade sobre economia na grande mídia), o mais importante é o tal “ciclo de queda dos juros” que precisa ser estendido. De verdade.

Obviamente, numa administração genuinamente independente no Banco Central, os juros devem oscilar em função das oscilações financeiras, equilibrando o preço da moeda nacional com as grandes demandas da economia.

Quando necessário, a taxa de juros pode e deve subir. O problema é que a administração passada achou melhor jair amarrando o BC às exigências da agiotagem mais despanaviada, e deixou como herança maldita essa dependência.

Bob Fields Neto, que não herdou o brilhantismo do avô (Bob Fields era entreguista miserável, mas uma sumidade intelectual), merece o cartão vermelho. Deveria ser excluído – sem delongas – das quatro linhas do controle financeiro nacional.

Não sendo possível sua ausência imediata do gramado, deve ser marcado com o rigor, a dureza e a determinação que fizeram nosso zagueiro Didi ser considerado o melhor jogador da copa de 1958. Bob Fields Neto não pode mais fazer gol contra o Brasil.

*Arquiteto, jornalista, cartunista e ilustrador

Uma bela águia à mesa https://tinyurl.com/2cjhxwfb

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