05 abril 2024

Hemobrás, um passo adiante

Lula inaugura nova fábrica de medicamentos da Hemobrás em Goiana, Pernambuco

Nova planta inaugurada produzirá o Hemo-8r, medicamento recombinante utilizado no tratamento da hemofilia A, com isso país será capaz de atender 100% da demanda do SUS
Murilo da Silva/Vermelho


 

Nesta quinta-feira (4) foi inaugurada a nova Fábrica de Medicamentos Produzidos por Biotecnologia, pertencente ao Complexo Fabril Hemobrás em Goiana, Pernambuco. Com a nova planta o governo concretizou o Projeto Buriti, capaz de produzir o Hemo-8r, medicamento recombinante utilizado no tratamento da hemofilia A, que corresponde entre 70% a 85% dos casos no Brasil.

Segundo o governo federal, o investimento foi de cerca de R$ 1,2 bilhão e envolveu no projeto profissionais de outros países. A nova fábrica do complexo Hemobrás deverá disponibilizar medicamento para o Sistema Único de Saúde (SUS) em 2025.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 15 mil brasileiros convivem com hemofilia. Com capacidade de 1,2 bilhão de unidades de Hemo-8r (Fator VIII recombinante) por ano, a produção suprirá 100% da demanda pelo SUS aos pacientes com hemofilia A.

Soberania nacional

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a capacidade da fábrica inaugurada: “A planta que inauguramos hoje vai poder produzir 1 bilhão e 200 milhões de unidades, vai poder atender de forma contínua aos que precisam desse medicamento e, ao mesmo tempo, quem sabe no futuro, a gente possa também estar apoiando outros países, como é a intenção do presidente Lula.”

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Segundo a ministra, a empresa é estratégica, pois corresponde a defesa da soberania nacional, ao não depender de outros países para produzir o medicamento.

“A Hemobrás é considerada uma empresa estratégica de defesa, ou seja, há soberania nacional nisso. Só cinco países detêm a tecnologia que o Brasil agora possui, então é um dia para celebrarmos, pois é uma etapa tão importante em defesa da vida, em defesa da ciência e tecnologia, na ideia de que o sangue não é mercadoria, que está na origem de todo esse processo lá na Constituição de 88”, frisou Trindade.

Betinho e Henfil

O presidente Lula lembrou em seu discurso do cartunista Henfil e do sociólogo Hebert de Souza, o Betinho. Os irmãos eram hemofílicos e, conforme rememorou o presidente, tomavam todo o cuidado para não se lesionarem, pois a recuperação e cicatrização eram demoradas.

Lula citou o convívio com eles, indicando que naquele tempo o tratamento era precário, faltavam medicamentos, tratamentos profiláticos: “época em que não tínhamos o rigor de hoje na coleta e destinação das doações de sangue”, pontuou.

Na sequência destacou que em 2005, ainda no seu primeiro mandato como presidente, criou a Hemobrás, hoje concretizada com mais uma nova planta entregue.

“A inauguração desta planta do Fator VIII recombinante não marca apenas o início da produção nacional de todo o parque industrial da Hembobrás, é também uma resposta concreta à estratégia nacional para o desenvolvimento nacional do complexo-econômico-industrial da saúde que lançamos no ano passado. Nosso objetivo ao criar essa estratégia é expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS, além de reduzir a nossa dependência de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros na saúde”, pontuou.

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Na sequência, destacou o orgulho que cada brasileiro deve ter do Sistema Único de Saúde (SUS). “É importante cada brasileiro ter ciência para ter orgulho: não existe no planeta Terra nenhum país com mais de 100 milhões de habitantes que tenha um sistema único de saúde universal como é o SUS, em que 99% dos transplantes feito nesse país, inclusive por gente rica, é feita pelo SUS. Isso nunca é divulgado. Se nós brasileiros, que queremos um país soberano, que queremos um país capaz de ter uma indústria da Saúde, porque nós temos o órgão consumidor, que é o SUS, que pode comprar a máquina que a gente produzir, que pode comprar os remédios, comprar as vacinas, então a gente não tem porque não acreditar em um polo industrial na área da saúde para competir com qualquer outro p aís do mundo por mais rico que seja”, completou.
A cerimônia ainda contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, da presidente da Hemobrás, Ana Paula Menezes, entre lideranças da saúde, ministros e políticos.

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