01 dezembro 2025

Postei nas redes

Polícia Federal apreende em um dos endereços ligados ao dono do Banco Master, sob intervenção, Daniel Vorcaro, um envelope com o nome de um deputado do PL da Bahia contendo documentos sobre um negócio imobiliário. A terra treme em Brasília porque se especula sobre mais parlamentares envolvidos em transações ilícitas. Acompanhemos. 

Lobby mais do que suspeito https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/minha-opiniao_24.html 

Minha opinião

A influência que fica 
Luciano Siqueira 
instagram.com/lucianosiqueira65  

Passado o desastroso governo do ex-capitão Jair Bolsonaro, e agora o dito cujo encarcerado para cumprimento de pena de quase 30 anos, discute-se que influência poderá ainda ter no desenrolar da cena política do país. 

Em certa medida, uma discussão bizantina. Alguma influência terá sempre, o que muda é o tamanho dessa influência. 

A conjugação de um conjunto de fatores maléficos produziu as condições para que um bisonho e boquirroto deputado que há 30 anos vinha defendendo a ditadura militar e a eliminação dos seus oponentes e mais uma meia dúzia de opiniões tresloucadas chegasse ao mais alto cargo da República.

Tudo o que se sucedeu, incluindo a criminosa conduta diante da pandemia de Corona vírus e a condenação pela trama golpista, a um só tempo desmascara o falso “mito” e permite a manutenção, ainda que residual, de certa influência sobre parcela da extrema direita mais radicalizada. 

Entretanto, não terá o peso que muitos imaginam, pois circunscrito à camada capaz de rezar em torno de um pneu. 

Demais, o capital financeiro dominante, o grande agronegócio exportador e os monopólios do grande varejo, que dele se serviram, cuidam de construir uma alternativa, dita confiável e eleitoralmente competitiva, na ânsia de bloquear uma nova vitória de Lula nas urnas. 

Nas novas circunstâncias, o chamado bolsonarismo mais atrapalha do que ajuda. O que não impede que o núcleo familiar e alguns empedernidos correligionários do indigitado o ex-presidente sigam espalhando diatribes e conspirando contra a nação. 

Do outro lado da ponta, há que se ampliar mais ainda a conjugação de forças ora reunida em torno de Lula e seguir produzindo bons resultados através da obra de governo e preparar, com esmero e competência, o embate eleitoral vindouro. 

Na agenda, inescapável é enfrentar o desafio de eleger deputados federais e senadores comprometidos com a democracia e com a nação, na dimensão necessária para alterar a correlação de forças no parlamento, hoje tão adversa.

[Qual a sua opinião?]

Leia também: Sem norte e sem razão https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/minha-opiniao_25.htm

Humor de resistência

 

Enio

Sem norte e sem razão https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/minha-opiniao_25.html 

Resistência social e código aberto

A repórter que desnudou o ChatGPT
Ao lançar nova edição de seu livro sobre a OpenAI, Karen Hao sustenta: corporação de Sam Altman quer transformar tecnologia promissora em máquina de alargar desigualdades e eliminar direitos. Respostas: resistência social e código aberto
Entrevista a Carles Planas Bou, em El Periodico | Tradução: Antonio Martins/Outras Palavras  

No final de 2019, Karen Hao tornou-se a primeira jornalista a visitar os escritórios da OpenAI. Naquela época, a startup de inteligência artificial era desconhecida fora do Silicon Valley. Seu líder, Sam Altman, insistia que sua missão era criar uma máquina com a capacidade de aprendizagem e raciocínio da mente humana para salvar o mundo, mas Hao soube detectar muitas fissuras nesse discurso idealista. Após publicar sua reportagem crítica e rigorosa, a empresa proibiu que ela voltasse a entrar em sua sede. “No começo me senti muito mal (…) mas o importante não é manter o acesso, e sim dizer a verdade”, explica a El Periodico. Dois anos depois, o lançamento do ChatGPT desencadeou uma competição comercial e geopolítica que já alterou nossa realidade.

Hao usou o desprezo da OpenAI como motivação. Suas habilidades jornalísticas e conhecimentos técnicos profundos — ela é engenheira mecânica formada pelo MIT — cristalizaram-se em The IA Empire [O Império da IA, recém-publicado na Espanha pela Edições Península], uma pesquisa enciclopédica que disseca com precisão cirúrgica o impacto global da indústria de IA. Baseia-se em mais de 200 entrevistas, documentos internos e uma lucidez narrativa que transforma o primeiro livro de Karen hao, um ensaio de quase 600 páginas, numa leitura fascinante. Sam Altman ficou tão perturbado que tuitou que ninguém deveria ler a obra.

Você compara a indústria da IA com os antigos impérios. Por quê?

Porque essas empresas estão acumulando uma quantidade histórica de poder econômico e político.

Como?

Faço quatro paralelos. O primeiro é a apropriação de recursos que não são delas, como os dados que coletam da internet para treinar seus modelos. O segundo é a exploração de trabalhadores que não recebem quase nada em troca e que também se manifesta no desenho de sistemas que automatizam o trabalho e corroem os direitos trabalhistas. Isso não é uma característica inerente à IA, e sim uma escolha política. O terceiro é que monopolizam a produção de conhecimento, capturam o talento dos pesquisadores em IA e distorcem a compreensão fundamental que o público tem das limitações e capacidades dessas tecnologias, permitindo apenas determinados tipos de pesquisa e censurando a pesquisa crítica. E o quarto é que recorrem a um discurso moral imperativo sobre sua existência.

Ganhar a corrida para evitar que a China o faça.

Dizem que são os impérios bons com uma missão civilizatória de levar o progresso e a modernidade a toda a humanidade. Precisam de acesso sem restrições a todos esses recursos porque estão imersos numa intensa corrida existencial com o suposto império malvado: a China, segundo o Vale do Silício. E se os maus chegarem primeiro à meta, isso levará ao desaparecimento da humanidade. Em contrapartida, se os Estados Unidos vencerem, a humanidade terá a oportunidade de elevar-se a uma utopia ou a um paraíso da IA.

Muitos políticos abraçam acriticamente essa narrativa de que a IA equivale a progresso. Mas para um império prosperar, sempre é preciso sacrificar uma parte da população.

Exato. Devemos rebater a crença de que precisamos de impérios e das zonas de sacrifício que acarretam para obter os benefícios da IA. Há certos tipos de IA que podem ser profundamente benéficos para a Saúde ou as oportunidades econômicas. Mas é preciso separar isso da concepção que o Vale do Silício vende – a de que se requer uma forma imperial para controlar toda a terra, a energia, a água, os dados, a mão de obra e o capital e produzir algo que, em última instância, não gera tantos rendimentos e não é realmente um modelo de negócio viável. Por isso creio que, quando os políticos caem na armadilha de que só há um caminho para o desenvolvimento da IA, também caem no erro de que há certos tipos de danos planetários que temos que aceitar.

Danos ambientais, trabalhistas… 

Não apenas. O que está ocorrendo é muito perigoso porque não falamos de danos isolados, e sim de um perigo para a democracia. Com o governo Trump 2.0 temos visto como estas corporações estão despojando tanta gente de seus recursos, de sua capacidade de ação, a ponto de pensarem que já não podem controlar seu futuro. E então voltamos a uma época em que um pequeno grupo de pessoas no topo pode ter uma profunda influência na vida de bilhões de pessoas em todo o mundo. E essa erosão fundamental da liberdade é o que permite a proliferação desses impérios.

A OpenAI passou da promessa de curar o câncer à criação de algo parecido com um chatbot pornô. A empresa está a caminho de perder 27 bilhões de dólares nos próximos dois anos. O boom de investimentos em IA são sete empresas fazendo empréstimos umas às outras de forma circular. E o investidor Michael Burry, que antecipou a crise hipotecária de 2008, vendeu suas ações na Nvidia. É um negócio viável?

Não é de forma alguma um negócio viável. As corporações já estão ficando sem meios para monetizá-lo. Testaram com assinaturas, mas a maioria das pessoas e empresas não quer pagar por esta tecnologia. Por isso, agora estão tentando montar uma estratégia para oferecer anúncios. Mas nem mesmo isso funciona para o Google, que tem o maior negócio publicitário da história. A OpenAI está tentando tapar um buraco de 1,4 bilhão de dólares. Também estão tentando lançar um monte de produtos de consumo que, como o Sora 2, viralizaram e depois decaíram. Não vejo como vão fechar este buraco, porque nunca existiu um modelo de negócio na indústria tecnológica que tenha gerado os rendimentos necessários. A coisa não parece nada bem.

Com as redes sociais nos acostumamos a ceder nossa privacidade. O que muda com a IA?

No passado, as pessoas forneciam todos os seus dados sem se dar conta de que essas empresas podiam corroer as democracias em todo o mundo. Depois vimos como a Meta estava fomentando uma limpeza étnica em Mianmar e a violência em todo o mundo. Os impérios da IA elevaram os danos a outro nível. O ritmo atual de construção de data centers está provocando um aumento histórico da demanda energética tanto nos EUA quanto na Europa, e está começando a colocar em perigo os objetivos de luta contra a mudança climática, a reverter todos os avanços climáticos que conseguimos, a aumentar a contaminação atmosférica nas comunidades, a agravar a crise da água.

O que você diria então aos usuários do ChatGPT?

Que quando fornecem dados a essas empresas, o que realmente estão fazendo é fornecer poder aos impérios, para que sejam cada vez mais fortes e menos responsáveis. Não estão apenas erodindo nosso meio ambiente, nossa saúde, nossa privacidade, nossa propriedade intelectual e nossa capacidade futura de ter oportunidades econômicas. Também estão erodindo as liberdades e capacidades fundamentais para determinarmos nosso futuro. Que ferramenta pode valer nossa liberdade?

É preciso apostar em alternativas?

Há muitas formas de desenvolver tecnologias de IA benéficas que não requerem impérios, nem esse comportamento exploratório e extrativista. Quanto mais se reforça a imagem de marca de empresas como a OpenAI, menos investimento é destinado a alternativas que não nos prejudiquem. No primeiro trimestre de 2025, quase 50% do capital de risco foi destinado unicamente à OpenAI e à Anthropic. O investimento em tecnologias climáticas diminuiu drasticamente porque os mesmos investidores estão retirando seu dinheiro e destinando-o à ampliação desses modelos de IA. Esses impérios estão prejudicando nosso futuro de muito mais formas do que pensamos.

O código aberto é essa alternativa?

Claro que sim. Quando se utilizam modelos de código aberto, não se cede poder ao império. Os dados não saem do seu dispositivo. Não vão parar no servidor de alguma empresa que depois os utiliza para construir modelos cada vez maiores. A forma-chave de desafiar os impérios é minar sua monopolização do conhecimento. O código aberto permite isso, porque pesquisadores independentes que não são financiados por essas empresas, podem investigar os modelos, compreender as limitações e capacidades das tecnologias e criar conhecimento de interesse público sobre como queremos utilizar essas ferramentas, como regulá-las e governá-las. Precisamos de mais dessa produção de conhecimento independente para minar o monopólio narrativo que os impérios possuem.

Os gigantes que querem implantar seus centros de dados vendem, a políticos locais que não entendem de tecnologia e só pensam em ciclos eleitorais, promessas de grandes investimentos e criação de postos de trabalho. Essa assimetria de poder é uma ameaça para as comunidades?

Sem dúvida. Vão às cidades mais vulneráveis e economicamente subdesenvolvidas, para seduzir o governo local de plantão. E o fazem a portas fechadas, ocultando suas atividades, de modo que os moradores não possam protestar. Nos EUA já estão pedindo aos funcionários públicos que assinem acordos de confidencialidade antes mesmo de negociar esses acordos sobre data centers. Estão tornando impossível o funcionamento da democracia. Negam que as pessoas possam se opor a como utilizam enormes quantidades de recursos públicos, como a água, ou a como aumentam as contas de energia das pessoas. Atuam na obscuridade porque querem instalar sua infraestrutura antes que os cidadãos reajam, o que demonstra até que ponto suas ações são impopulares.

Não podemos falar de IA sem mencionar que as tarefas cruciais são terceirizadas de forma precarizada no Sul Global. Qual é essa outra realidade que tentam ocultar?

O usuário médio do ChatGPT não percebe que a razão pela qual não é inundado por discursos de ódio tóxicos, e por assédio, é o fato de haver outras pessoas expostas a isso – cujo papel é ensinar aos filtros de moderação de conteúdo o que bloquear. A OpenAI contratou esses trabalhadores no Quênia. Sua tarefa é similar à dos moderadores de conteúdo das redes sociais – ou até pior, porque não só lhes é mostrado o mais daninho que as pessoas publicam na internet, mas também o mais prejudicial criado pelos próprios modelos de IA. É como um espaço infinito de dor.

[Se comentar, identifique-se]

Leia também: Colonialismo digital: a nova fronteira da dependência latino-americana https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/o-desafio-da-autonomia-tecnologica.html 

Arte é vida

 

Maurício Arraes 

Presente e futuro na luta cotidiana: a reforma urbana, por exemplo https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/meu-artigo-no-portal-da-fundacao.html 

30 novembro 2025

Abraham Sicsú opina

Poderes se digladiam
Abraham B. Sicsu  

Esqueçamos os manuais. Aquilo que aprendemos nada significa. Economia para um lado, política para outro. Não há conexão. Parece que teremos que criar novas teorias, pelo menos para o Brasil. Nele, economia indo bem tem levado ao caos na política. Não há a mínima relação de interdependência.

Exercer o direito legal. Presidência tem esse atributo. Indicar um nome para Ministro do Supremo. O Senado pode negar. Faz parte de suas atribuições. Se para o STF faz muito tempo não é negado, para outros cargos superiores não. Houve rejeições. Algo que pode ser negociado e mesmo absorvido com poucos traumas. Mas, a revolta toma outras proporções. A vingança é explicita. Tenta-se desarticular a estrutura do projeto de governança do Executivo nacional. Rapidamente, com atos inconsequentes.

Aprovam-se rapidamente as aposentadorias diferenciadas para agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias. Merecem claro, todos merecemos, mas porque diferente de todos os servidores públicos.

 Poder aposentar-se com cinquenta e poucos anos, com aposentadoria integral e possível pensão pós morte para parentes. Não é algo extremamente discriminatório, frente ás mudanças recentes feitas para tentar estabilizar a Previdência? Gerar uma despesa de quase cinquenta bilhões de reais em dez anos, não leva a uma desorganização das finanças públicas? Os municípios, inclusive os pequenos, grande parte sobre eles recairá, têm condições de cumprir com esse compromisso? Enfim, como sociedade, em última instância quem assume o ônus, gera-se um enorme problema a se administrar, apenas para mostrar poder, para fazer pirraça.

Na mesma linha, votam-se os vetos que o Presidente fez a projetos estapafúrdios.

Os interesses individuais prevalecem sobre o que é relevante para a sociedade. Grandes estados, São Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerais, Rio grande do Sul e Goiás, principalmente, que irresponsavelmente se endividaram e não conseguem pagar o assumido, acham uma brecha. Derrubar um veto para poder continuar a farra da gastança, em detrimento a estados mais responsáveis que contiveram seus gastos às suas possibilidades reais de arcar com o ressarcimento. Com isso, aprofundam-se as disparidades inter-regionais, faz-se com que o fosso entre os estados aumente. É justo?

Os ruralistas ficam felizes. Os vetos, para manter controles e coerência com o discurso ambiental, são derrubados. A licença ambiental praticamente desaparece. Na prática, os projetos não exigem mais uma fiscalização prévia, basta que o latifundiário diga que aderiu ás regras e assuma esse compromisso. Está aprovado.

Projetos com risco muito elevado ambiental podem ir por esse caminho, também, fazendo com que novas barragens de rejeitos, por exemplo, fujam de uma rígida fiscalização prévia.

Ainda, obras de saneamento básico, ficam à mercê das prefeituras sem o acompanhamento dos órgãos fiscalizadores qualificados na área ambiental. Em síntese, interesses do capital dão duro golpe ao projeto ambiental que pretendia garantir melhores condições para a sociedade em geral.

Essa birra mostra que a economia vai mal?

Claro que não. Mesmo com a absurda SELIC que o Banco Central mantém e reafirma que manterá, o Brasil tem a menor taxa de desemprego da série, 5,6% nos últimos seis meses, e consegue ter uma atração de investimentos estrangeiros diretos que, este ano, fechará, em mais de 80 bilhões de dólares. Também, embora caindo um pouco, mantém um crescimento do PIB anual de mais de 2%.

Segundo estudo dos pesquisadores do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas- IPEA Pedro Herculano Souza e Marcos Dantas Hecksher, “Pobreza e Desigualdade no Brasil, no curto e no longo prazo”, publicado este mês, a melhoria de renda e sua distribuição no país, atingiram em 2024 o melhor patamar.

O índice de Gini melhorou em muito, mostrando uma distribuição de renda mais equânime inter-regional e inter extratos de renda. A extrema pobreza caiu vertiginosamente para menos de 5 %. Em termos reais, a renda média do brasileiro, nos últimos três anos, cresce mais que um quarto. Nessas melhorias, evidentemente, teve forte impacto a retomada do mercado de trabalho e os programas assistenciais, fundamentais para retirar a população da pobreza.

Bolsa Família, Benefício de prestação Continuada, Auxílio Brasil, entre outros, tiveram enorme impacto, inclusive para o redirecionamento para o mercado de trabalho.

O crescimento econômico e a queda da desigualdade têm sido fundamentais para a retirada da população da pobreza. Mas, há muito a fazer, pois ainda temos 4,8% da população que vive com menos de 3 dólares dia. No entanto, mostram, com clareza, que estamos no caminho certo e deveríamos continuar por essa rota.

Com o quadro econômico exposto, como podemos ter um cenário político tão explosivo, tão adverso?

Os avanços recentes não diminuíram a polarização de nossa sociedade, não fizeram com que minorasse o grau de antagonismo e de esgarçamento advindos do enfrentamento político.

Sim, é nesse ponto que se concentram as maiores divergências, que fazem incompatível o caminhar em um projeto de desenvolvimento e inserção social minimamente compartilhado. Tema complexo e difícil de prever acordos.

Utópicos insistem em um cansaço da sociedade brasileira com os extremos. Pode até ser verdade. No entanto, no curto prazo, difícil acreditar. O uso de redes sociais com desinformação, questões emocionais que separaram a sociedade, uma mídia fortemente atrelada a interesses específicos, de ambos os lados, desigualdade social que leva à assimetria da informação, veiculação de notícias sem nenhum fundamento real, dificultam muito acreditar nesse roteiro como saída.

A democracia passa pela necessidade de uma nova visão institucional, em que os interesses da sociedade sejam priorizados, em que haja diálogo, em que os Poderes da nação, Executivo, Legislativo e Judiciário, respeitem suas atribuições e as atribuições dos outros poderes.

2026 será um ano difícil. Já foi antecipado para este com as reações intempestivas que foram observadas neste mês. A conscientização da sociedade e seu poder de influenciar as instituições talvez seja caminho que poderia ser seguido.

Como toda a eleição, será um momento para refletir e julgar os caminhos que foram assumidos, avalizando-os ou dando a possibilidade de alternativas que surjam. O que não se admite é que, em prol da disputa eleitoral, tomem-se atitudes que podem destruir conquistas que se fizeram fundamentais para a nossa população.

Melhor dizendo, a luta política pelo poder e entre Poderes não deve extrapolar para uma guerra fraticidade e inviabilizadora de uma sociedade menos desigual, mais humana.

[Qual a sua opinião?]

Leia também: Banco Central em questão https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/banco-central-em-questao.html

Palavra de poeta

O amor é agora
Cida Pedrosa  


como dizer sempre
se o sempre é agora

basta ter nas mãos a carícia
o presente nos olhos
e o amor não demora

quem gosta da eternidade é a alma
o corpo não

o corpo se farta na chama
se espalha na chuva
se move entre mãos

quero dizer sempre
que o corpo é presente
é pele e é saliva
e o amor
o amor é agora

[Ilustração: Armando Barrios]

Leia também "Nossa marcha", Vladímir Maiakóvski https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/09/palavra-de-poeta_37.html