“É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real...”.
Vladimir Ilyich Ulianov Lênin
Leia um poema de Federico García Lorca https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/palavra-de-poeta.html
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
“É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real...”.
Vladimir Ilyich Ulianov Lênin
Leia um poema de Federico García Lorca https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/palavra-de-poeta.html
Leia: "Flores do mais", um poema de Ana Cristina César https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/palavra-de-poeta_47.html
Em matéria assinada pelo repórter Mateus Vargas, a Folha de S. Paulo alardeia que a verba da Secretaria de Comunicação do Governo Federal prioriza a promoção do presidente em detrimento de campanhas de utilidade pública.
Absurda ter tergiversação!
Primeiro porque essa separação na verdade não é tão rígida. É preciso
considerar também de utilidade pública a divulgação de programas e iniciativas
de governo que o próprio complexo imediato dominante coloca a segundo plano ou
omite por razões essencialmente políticas.
Oposição ao governo, a grande mídia subestima ou mesmo oculta ações de
impacto sobre a vida da população ou em defesa de valores maiores como a
democracia e a soberania nacional.
Não faz o mesmo, por exemplo, com campanhas de imunização porque aí já
seria prejudicial ao próprio órgão de comunicação que, alimentando a
desinformação, tende a perder audiência.
Também a matéria põe gosto ruim no dispêndio de recursos com as redes
sociais. Sem o menor sentido, pois qualquer criancinha hoje sabe da importância
da comunicação por essa mídia, um modo de fazer chegar a mensagem diretamente a
cada cidadão ou cidadã.
Na minha experiência de 16 anos ocupando o cargo de vice-prefeito no
Recife pude observar a absoluta importância da destinação de recursos para
comunicação direta com a população.
Não basta tomar iniciativa justas e ensejar fatos relevantes do
interesse do povo. Para veicular através da mídia estabelecida há um custo financeiro. No ato da contratação nenhum
canal de rádio e televisão nem mídia impressa questiona. A prioridade é o faturamento.
[Se comentar, identifique-se]
Leia também: O desafio da dominação das Big Techs https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/09/enfrentando-as-big-techs.html
Retrato imperfeito
Maximiano Campos
De tanto lembrar me esqueço
e é de sonhos que construo
o que vivo e busco e mereço.
E assim recordo
do recordar a lembrança
num tempo em que criança
fui o que hoje sou cópia:
retrato velho e imperfeito
de quem quebrou todos os brinquedos.
[Ilustração:
Leia: "Palavras fora de lugar" https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/minha-opiniao_7.html
Leia: O desafio da dominação das Big Techs https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/09/enfrentando-as-big-techs.html
- É isso, doutor. O Zé é um cara incrível. Jamais bebeu uma gota sequer de álcool.
- Nem para experimentar?
- Nada, nada. Abstêmio por princípio. Nunca provou o gosto da cachaça, da cerveja, do vinho, do uísque, nada mesmo.
- É do Zé, aquele nosso Zé de que você está falando?
- Ele mesmo. Não precisa beber, vive embriagado pela própria vaidade.
O comentário maledicente, que anotei quando ainda concluinte do curso médico estagiando no antigo Hospital Pedro II, traduzia a ciumeira de um bedel visivelmente interessado em contaminar minha confiança no colega de trabalho. Perda de tempo. Pois se o cara é trabalhador e eficiente, até o excesso de vaidade – essa praga que estraga talentos e rebaixa a competência de muita gente boa – perdoo. Demais, a ciumeira entre os dois funcionários era pura bobagem: o “doutor”, no caso eu mesmo, sempre me esforcei por tratar a todos com igual atenção.
Mas o tema é sempre atual. Permeia todas as esferas da vida, retratado no cinema (lembro-me de uma produção hollywoodiana “A embriaguez do sucesso”, estrelada por Burt Lancaster) e na trama de romances, contos, novelas e até em folhetos de cordel. A vaidade embriaga – e como toda embriaguez, aparentemente liberta, mas na verdade limita a expressão do que há de melhor na condição humana.
Na política a vaidade também faz seus estragos. Se o vaidoso não se contém, acaba submetendo o interesse comum a conveniências meramente pessoais e põe tudo a perder. Esse filme já vi muitas vezes. Assim como já vi a sábia modéstia remover obstáculos aparentemente instransponível e fazer vingar soluções de altíssimo nível na unificação de vontades dispares em torno de um projeto político comum.
Por isso lembro o bedel do Pedro II quando se precipitam no horizonte as primeiras démarches em relação ao pleito municipal de 2012. Que alguns se deixem embriagar é ate tolerável – é humano. Mas nem tanto, para que possamos encontrar as melhores soluções e, no plano local, seguir adiante nas transformações em curso no País.
* Crônica publicada no Blog da Revista Algomais em março de 2011
[Ilustração: imagem gerada por IA]
Leia também "Canto dos pássaros faz bem, oxente!" https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/minha-opiniao_88.html
“A rosa não é flor/a rosa, a rosa/é a mulher resplendendo de amor”.
Vinícius de Moraes
Leia o poema "Não-coisa", de Ferreira Gullar https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/palavra-de-poeta_76.html