Minúsculo grão vivente
Luciano Siqueira
O conhecimento científico é sempre bem-vindo. Em todos os sentidos e objetos de estudo.
Hoje em dia a ciência evolui
com extrema rapidez – em tempo real, como se diz na era digital.
Em medicina, por exemplo, se alguém
pesquisa em sites especializados, de manhã cedo, as últimas descobertas acerca
de uma determinada patologia, ao final da noite não será estranho que uma nova
consulta na mesma fonte possa surpreender com algo que contrarie em parte o
conhecimento antes estabelecido.
Entretanto, às vezes bate uma
sensação de quase insignificância assustadora diante de notícias científicas inalcançáveis
para um leigo como eu.
Como o que acabo de ler no
site da BBC sobre o tamanho do Universo: “se olharmos em
qualquer direção, suas regiões visíveis mais distantes estão a cerca de 46
bilhões de anos-luz de distância.”
Mas logo em
seguida é dito que ninguém sabe exatamente o quão grande o Universo
realmente é.
Isto porque “desde que o Universo surgiu
há cerca de 13,8 bilhões de anos, ele vem se expandindo.”
Ou seja: sabe-se a data presumível do
nascimento de imenso espaço palmilhado por gases e corpos celestes (se posso dizer
assim), diz-se que a sua expansão é permanente, mas seu tamanho real é uma
hipótese.
Sempre será, na medida em que cientistas
sigam calculando o incalculável.
Confesso que não sei exatamente a
serventia desse cálculo. Deve haver.
Mas cá em minha insignificância de homo
sapiens vivente no planeta Terra, dou uma espiada pela janela e contemplo a
parte do céu visível por entre os edifícios aglomerados aqui no bairro e me
frustro por não conseguir imaginar o meu tamanho real.
Enorme sensação de impotência.
De fato, não passo de um minúsculo grão
notado - e nem sempre compreendido - apenas por parte dos meus semelhantes, todos igualmente grãos ínfimos...
Uma dica de leitura para quem gosta de Ariano
Suassuna https://bit.ly/3whh2hh
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