Paula Adamo Idoeta, BBC Brasil
As suspeitas em torno de um
"gabinete paralelo" que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro nas
estratégias de enfrentamento da covid-19 devem ser um dos principais focos dos
próximos depoimentos da CPI da Covid, cujas convocações foram definidas pelos
senadores na última quarta-feira (26/5).
Serão convocados nas próximas sessões nomes como o empresário
Carlos Wizard (em 17 de junho) e o ex-assessor especial da Presidência Arthur
Weintraub (ainda sem data) e, na semana passada, já havia sido definido um convite
à médica Nise Yamaguchi, que deve depor na terça-feira (1° de junho).
Nenhum deles ocupou cargo oficial no Ministério da Saúde, mas todos participaram de eventos e reuniões oficiais com Bolsonaro para tratar de assuntos relacionados à pandemia. Para os senadores de oposição, é nesse suposto "ministério paralelo" — o qual, ao menos nos primeiros meses da pandemia, teria agido a contragosto das orientações do Ministério da Saúde — que teria sido elaborada a estratégia de apostar na hidroxicloroquina e na imunidade de rebanho por contaminação, em vez de por vacinação.
Governistas afirmam, por sua vez, que essa tese é uma narrativa construída pela oposição para tentar criminalizar o comportamento de Bolsonaro.
Mas críticos afirmam que a influência de vozes de fora do
Ministério da Saúde fez com que medidas equivocadas fossem adotadas no combate
ao coronavírus, com impacto também sobre a compra de vacinas.
Em entrevista coletiva em 13 de maio, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, afirmou que "existia um comando no Palácio do Planalto que compreendia como estratégia para enfrentamento da pandemia a contaminação de todos, a cloroquina como solução, e a chamada imunidade coletiva. Esse comando não apostava nos meios da ciência". Leia mais https://bbc.in/3p4sGJv
Ilustração: Charge de Miguel Paiva
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Veja: Pelo impeachment ou pelo voto https://bit.ly/3uEnGxa
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