10 outubro 2022

Enio Lins opina

HOJE NA HISTÓRIA

Enio Lins, tribunahoje.com

Retomando a linha de, às segundas, dar um intervalo na pauta essencial da eleição presidencial deste ano, abordamos hoje personagens de extrema importância na luta feminista, a partir do registro da fundação da entidade sufragista mais importante da história 

Emmeline Goulden Pankhurst (1858/1928) foi a principal organizadora e líder da nova associação e, segundo o site www.greelane.com, ela “nasceu em Manchester, Inglaterra, em 1858, filha de pais liberais que apoiavam os movimentos antiescravidão e [pelo] sufrágio feminino. Pankhurst participou de sua primeira reunião de sufrágio com sua mãe aos 14 anos, tornando-se devota à causa do sufrágio feminino desde cedo”.

Ememeline era casada com Richard Pankhurst, advogado radical, e teve filhas igualmente combativas e radicais – Christabel, Sylvia e Adela – que jogaram também papel importante na luta pelos direitos das mulheres e, muito especialmente, pelo direito ao voto feminino. Eram as “sufragistas” e usaram, algumas vezes, métodos nada pacíficos em defesa de suas causas e um dos momentos mais dramáticos foi a morte da militante Emily Davison, que se jogou na frente do cavalo do rei Jorge V e foi pisoteada pelo animal. A saga dessas mulheres pode também ser conferida no filme “As Sufragistas” (2015, produção anglo-irlandesa dirigida por Sarah Gavron).

A União Social e Política das Mulheres
 encerrou suas atividades, em 1917, assim como boa parte das entidades avançadas e internacionalistas por conta das divisões políticas causadas pelos posicionamentos divergentes face à I Grande Guerra Mundial. Emmeline e sua filha Christabel fundaram o Partido das Mulheres.

Sobre Emmeline, a Wikipédia disponibiliza
 um longo e detalhado verbete, que vale a pena ser estudado, assim como oferece verbetes menores – mas não menos interessantes – sobre suas filhas, seu marido, e até sobre um dos netos. Leitura recomendável.

Christabel Pankhurst (1880/1958) era a filha mais próxima a Emmelyne e divergia politicamente (juntamente com a mãe) das duas irmãs. Exilou-se em Paris e apoiou a guerra contra a Alemanha. Depois da paz de 2018, se estabeleceu nos Estados Unidos, onde seguiu uma inusitada carreira religiosa tornando-se uma pregadora do movimento Segundo Advento.

Sylvia Pankhurst (1882/1960) tornou-se militante comunista. Artista plástica, pintava mulheres operárias, teve um filho único (Richard) aos 45 anos, em 1927. Posteriormente afastou-se da filiação partidária e seguiu lutando contra o fascismo e contra o colonialismo. Passou a viver na Etiópia, onde foi ajudar na luta contra a invasão dos fascistas italianos. Está enterrada em Adis-Abeba como heroína etíope.

Adela Pankhurst (1885/1961) também seguiu inicialmente pela via da extrema-esquerda e tornou-se fundadora do Partido Comunista da Austrália, em 1920, depois rompeu e passou para uma posição diametralmente oposta, participando de grupos fascistas australianos, em 1941. Chegou a ser presa no Japão, para onde viajara para pregar a paz (no meio da II Guerra), em 1942.

[Ilustração: 10 DE OUTUBRO DE 1903 – Fundada, na Inglaterra, a União Social e Política das Mulheres (WSPU - Women's Social and Political Union), provavelmente a entidade feminista mais importante da modernidade.]

Veja: A poesia libertária de Cida Pedrosa — de Bodocó e Recife para o mundo https://bit.ly/3mnZlcd

Um comentário:

Enio Lins de Oliveira disse...

Obrigado pela publicação! Alerto que cometi um erro de digitação em “paz de 2018” - o correto é “paz de 1918”