Pedro Álvares Cabral, o primeiro
olheiro no Brasil
E ele logo escreveu a d.
Manuel: 'Em se treinando, bom futebol dá'
Tostão/Folha
de S. Paulo
A formação de um bom elenco é fundamental para o sucesso de uma equipe.
Não basta ter 11 ótimos jogadores. Alguns treinadores preferem grupos grandes,
por causa do excesso de jogos, das muitas contusões, suspensões e também porque
os técnicos gostam de trocar jogadores, deliram com os esquemas táticos. Outros
treinadores preferem elencos menores, com uns 15 titulares, que se revezam a
cada partida. Nas emergências, escalam outros atletas.
A troca frequente de treinadores no Brasil
dificulta a formação de bons elencos. Os clubes costumam ser pressionados por
conselheiros, redes sociais e opiniões de comentaristas. Isso, muitas vezes,
ocasiona a chegada de jogadores fracos ou de custo-benefício muito alto. Alguns
clubes contratam demais e mal.
O elenco ideal é o que tem alguns jogadores que atuem bem em
mais de uma posição e que possuem dois jogadores bons e iguais para a mesma
função. É difícil, pois atletas especiais não costumam ter um substituto à
altura, como Renato Augusto.
O PSG, com alguns jogadores milionários, não tem um bom elenco,
como ficou evidente na eliminação da Copa dos Campeões para o Bayern de
Munique. Os jogadores do time francês que entraram no segundo tempo estão muito
abaixo dos titulares. Enquanto isso, o Bayern colocou vários jogadores durante
o jogo do mesmo nível dos titulares.
Não entendi por que o Manchester City perdeu dois excelentes laterais
amadores: Zinchenko, que atua hoje no Arsenal, e Cancelo, que está no Bayern.
Os dois jogam do jeito que Guardiola gosta. O elenco do City ficou enfraquecido.
O Flamengo possui o melhor elenco do Brasil, mas o Palmeiras é
mais forte, pelo conjunto e por ter um time titular tão bom quanto ou melhor que
o do Flamengo. Nenhuma equipe brasileira possui uma linha de quatro defensores
e mais o goleiro do nível do Palmeiras. Além disso, jogadores como Zé Rafael,
Dudu, Rony e Raphael Veiga estão entre os melhores de suas posições entre os
times brasileiros.
O Flamengo perdeu a nítida superioridade que possuía anos atrás.
Agora, jogos contra o Vasco e contra várias equipes brasileiras são duríssimos,
equilibrados.
O elenco do São Paulo é grande e bom, mas não há um jogador
especial. Por isso discordo da importância que dão às frequentes substituições
por contusões como principal causa de maus desempenhos e resultados. O São
Paulo continua intenso e apressado, com falta de elaborações de jogadas no meio
campo.
No passado, um personagem popular, folclore na formação de um
elenco eram os olheiros, que viajavam de ônibus para observar e descobrir
futuros craques. Há várias lendas sobre isso. Alguns
olheiros eram tratados como sábios. Certamente muitos fizeram indicações
equivocadas.
Com o tempo, os olheiros foram substituídos pelos atuais
analistas de desempenho, membros das comissões técnicas. São profissionais que
usam todas as informações e conhecimentos modernos. Porem eles precisam também
ser observadores, olheiros, para descobrir os detalhes de cada atleta. O
fascínio de um craque não pode medido nem calculado.
O primeiro olheiro no Brasil foi Cabral. Logo que avistou a
terra viu os índios jogando uma pelada. Cabral gritou: "BOLA à
vista". A tripulação desceu e jogou uma partida, vencida pelos índios por
7 x 1. Cabral escreveu para o rei dom Manuel: "Em se treinando, bom
futebol dá".
Ora, direis: ouvir estrelas? https://bit.ly/3Ye45TD
Nenhum comentário:
Postar um comentário