Placas tectônicas em movimento*
Luciano Siqueira
Não é exatamente um "fato fortuito" ao semelhante que Karl Marx apresentou em algumas de suas análises políticas, a exemplo dos “acontecimentos inesperados” que, a seu ver, possibilitaram que Bonaparte ascendesse ao poder, em sua obra "O 18 de Brumário de Luís Bonaparte".
Entretanto, a tarifaço de Donald Trump produz uma aceleração do movimento de placas tectônicas no sentido de melhorar a correlação de forças na qual opera o governo Lula 3.
Tanto pelos estragos econômicos que produzem, como pelo evidente envolvimento de elementos do bolsonarismo no coro minoritário que aplaude a subversão do padrão das relações comerciais entre os dois países, carimbado com a tentativa de interferir no poder judiciário brasileiro.
Ao modo de uma rodada de renhida luta de boxe, Lula sai das cordas e passa à ofensiva.
Cumpre o papel que cabe na defesa das instituições democráticas e da soberania do país.
Articula-se com agentes econômicos hostis ao governo para a ação comum.
Sete partidos políticos - PCdoB, PSB, PT, PDT, PSOL, Rede e Verde - se pronunciam em manifesto conjunto,
Na outra extremidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus acólitos esperaram com desavergonhado discurso pro norte-americano combinado com a esdrúxula apelação à suspensão dos processos em curso no STF, que apuram a conjura golpista.
Mais: aos olhos de parcelas crescentes da população a distinção entre defensores da nação versus capachos dos EUA mostra-se nítida.
Quais são as consequências desse enredo, em médio prazo?
Cedo para responder. Acompanhamos o curso dos acontecimentos.
*Texto da minha coluna semanal no portal Vermelho www.vermelho.org.br
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