Ainda no tema: militarismo & bolsonarismo x militares
profissionais
Enio
Lins www.eniolins.com.br
Vamos seguir hoje na mesma pauta de ontem: o vício do militarismo que
corrói o Brasil há tempos imemoriais e cujas recentes metástases afloraram nas
manifestações golpistas cercando os quartéis em todo País e no domingo de
terror contra a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Essas ocorrências tiveram
a participação de militares, isso é público e notório.
E isso precisa ser abordado sem rodeios, preto no branco, ou melhor,
verde no amarelo. No final do dia 8 de janeiro, impulsionado pela
desmoralização da tresloucada ala bolsonarista – depois da merda federal da
depredação terrorista em Brasília – o segmento militar profissional se impôs e
as forças sadias da segurança pública puderam, enfim, cumprir seu papel.
É ponto positivo, para o profissionalismo militar brasileiro, sem dúvida. Mas o
câncer bolsonarista segue vivo e metastático no ambiente fardado. É preciso
repetir, insistir na identificação do bolsonarismo como o culto à indisciplina,
à quebra de hierarquia, à fraude descarada e à covardia mais deslavada. Militar
que admire o mito Jair B admira essas características e é, portanto,
antimilitar, é alguém que trai a farda, é pessoa em quem o País não pode
confiar. Essa é a questão.
É errado igualar o bolsonarismo à direita militar, pois o ideário
conservador é majoritário em toda caserna desde antes dessa pústula surgir no
cenário. O chamamento que a cidadania precisa fazer não pode ser dirigido a uma
(inexistente) tendência canhota nas Forças Armadas, até porque o som não se
propaga no vácuo.
É-se necessária a consciência de que militares direitistas resistiram e
resistem à bolsocriminalidade – como os generais Santos Cruz, Rêgo Barros e
Fernando Azevedo, só para citar três oficiais superiores que fizeram parte do
governo do Jair e tiveram a coragem de romper com o capitão renegado. Isto é
muito importante para a Democracia real – que precisa conviver com o debate
entre esquerda, direita, centro –, e indica o caminho a seguir para a
profissionalização efetiva das FFAA.
As Forças Armadas são insubstituíveis para a missão precípua de defesa da
soberania nacional, isso é correto, assim como é líquido e certo não serem as
FFAA poder constituído. O papel constitucional militar exige a
despartidarização dos quartéis, exige a profissionalização total. Enquanto isso
não for entendido e praticado, o Brasil viverá sob o risco de vir a ser uma
república de bananas, vulnerável a um mito desprezível e covarde como Jair B.
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obstáculos, sempre https://bit.ly/3Ye45TD
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