A origem da
banheira e do drible da vaca no futebol
Na banca de
jornal, recorri ao conhecimento de Mario Prata
Tostão/Folha de S. Paulo
Um
leitor, que encontrei na banca de jornal após a minha caminhada diária, quando
converso com o meu imaginário, perguntou-me, com um jeito mineiro de
questionar, após a goleada por 5 a 1 do Fluminense sobre o River Plate, se não
estava na hora de eu mudar de opinião e dizer que o melhor time do Brasil é o Fluminense, não
o Palmeiras.
Respondi, mineiramente, que é mais prudente esperar vários jogos da Libertadores, do Brasileirão e
da Copa do Brasil.
A
goleada é marcante, por ser o River Plate. Porém a partida estava equilibrada e
empatada por 1 a 1 no final do primeiro tempo. Qualquer um dos dois times
poderia fazer o segundo gol. O Fluminense marcou, e em seguida foi expulso um
jogador do River, a principal razão da goleada, já que o time argentino, mesmo
com um a menos, tinha que atacar. São os detalhes que mudam a história de uma
partida entre duas fortes equipes.
Fernando
Diniz subverteu o lugar-comum das equipes brasileiras que atuam quase sempre
com dois volantes e um meia de ligação à frente deles, responsável pela criação
das jogadas. Na Europa, poucos times atuam dessa maneira. No Fluminense, entre
o início das jogadas ofensivas com André e o término com a conclusão de Cano,
vários jogadores (Ganso, Arias, Alexsander, Keno e os laterais) mudam de
posição e trocam passes em direção ao gol. Confundem a marcação.
O
Fluminense, além de ter um ótimo e original jogo coletivo, possui em quase
todas as posições jogadores que estão entre os melhores do futebol brasileiro,
como Fábio, André, Ganso, Arias e Cano.
O
talento individual é a execução com muita técnica associada ao domínio do
espaço e do tempo. É o que faz Cano, que, em uma fração de segundo, simplifica
os movimentos e finaliza com precisão.
Após
a goleada aumentaram as opiniões de que Fernando Diniz deveria ser o técnico da seleção, no caso de recusa de Ancelotti.
Estaria Diniz preparado?
Um
cruzeirense, eufórico e otimista que estava na banca de jornal, disse após as
duas vitórias do time no Brasileirão que as metas são de classificar-se para a
Libertadores do próximo ano e avançar na Copa do Brasil, pois o próximo
adversário será o Grêmio, que o Cruzeiro venceu recentemente.
Na
banca de jornal, conversa-se de tudo, desde jogar conversa fora para boi
dormir, como se diz com frequência em Minas Gerais, até discutir política,
economia, filosofia e comportamento, sem censuras, sem radicalizações e sem
fake news.
Alguém
me perguntou a origem da palavra banheira, muito usada nas transmissões de
futebol com significado de impedimento. Recorro ao grande escritor Mario Prata,
autor do delicioso livro "O Drible da
Vaca", uma mistura de ficção e realidade sobre as origens do início
oficial do futebol, uma iniciativa das universidades de Cambridge e
de Oxford e do reino da Inglaterra.
Mario Prata conta que no gramado construído para a realização
do primeiro jogo oficial de futebol havia um castelo que foi demolido.
Esqueceram uma banheira atrás do gol. Durante a partida, um jogador deu um
passe longo por cima dos zagueiros, e aí, de repente, surgiu livre o
centroavante, que estava escondido atrás da banheira, para fazer o gol em
impedimento. Nascia a palavra banheira. Em outra parte do livro Mario Prata
explica a origem da expressão drible da vaca, também bastante usada pelos
narradores e comentaristas. Imperdível! [Ilustração: P. H. Mota]
Também no
futebol o excesso cansa. E enjoa https://bit.ly/3yPARyY
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