O
Real Madrid e os limites físicos e mentais
Idade não é sinônimo de decadência, mas esporte impõe barreiras
implacáveis
Tostão/Folha
de S. Paulo
Não se deve mudar conceitos e estabelecer novas referências por
causa de uma partida, embora alguns jogos sejam explosivos e marcantes, como a
magistral atuação do Manchester City na goleada sobre o Real Madrid por 4 a 0, pelas
semifinais da Liga dos Campeões. Parecia um time grande contra um
pequeno.
O técnico Ancelotti, a direção do Real, os analistas e o mundo
do futebol estão se perguntando se a partida representa o fim de uma era de
protagonismo mundial de três veteranos e grandes craques, Modric, Benzema e
Kroos, articuladores e maestros da equipe durante muitos anos. Penso que sim.
Provavelmente haverá uma grande renovação na equipe do Real, que
já tinha começado com as contratações de Camavinga, Tchouaméni e outros. Falta
um substituto para Benzema. O Real perdeu também com bastante antecedência o
título espanhol para o Barcelona.
A idade mais avançada não é sinônimo de decadência, pois na
maioria das profissões se pode aprender e evoluir com o tempo, mas no esporte o
limite físico é implacável. Em alguns atletas o limite mental é ainda maior.
A atuação do Manchester City contra o Real Madrid é uma das mais
brilhantes da história. Se o City for campeão inglês e da Liga dos Campeões, na
final contra o Inter de Milão, o que é bastante provável, estará entre os
maiores times de todos os tempos, como o Barcelona, quando era também dirigido
por Guardiola, o Santos de Pelé, o Real Madrid de Di Stefano e Puskás e outros.
Guardiola e Ancelotti são dois excepcionais e diferentes treinadores.
Ancelotti executa muito bem o que é esperado, previsível. Guardiola vai além,
inventa e reinventa.
Assim como o Manchester City fez com o Real, o Atlético-MG massacrou o Corinthians pela Copa do Brasil. Não porque teve uma atuação
extraordinária, mas porque o Corinthians armou uma retranca e mesmo assim levou
dois gols.
O Galo atuou bem e tem evoluído após as escalações de três
meias, Pavón pela direita, Zaracho pelo centro e Hyoran pela esquerda. Zaracho
é um articulador, habilidoso e com um bom passe, de característica diferente da
vista quando atuava Edenilson, um jogador de velocidade.
Penso apenas que o técnico Coudet deveria ter mantido os
jogadores após o segundo gol contra o Corinthians, pois o time criava chances e
poderia garantir a classificação.
Quem também perdeu oportunidade foi o Flamengo, pois
jogou todo o segundo tempo contra o Fluminense com um jogador a mais. Já era melhor
no primeiro tempo, pois pressionava e não deixava o Fluminense ficar com a bola.
O 0 a 0 foi bom para o Flu.
A escalação de Felipe Melo é sempre um risco, pois ele é lento
na cobertura e há sempre o perigo de ser expulso. O bom passe na saída de bola
da defesa não justifica a sua presença, a não ser em momentos específicos do
jogo, como era o habitual.
Além do Atlético-MG, Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro, América e
Athletico-PR conseguiram bons resultados para o jogo de volta da Copa do
Brasil. O Palmeiras melhora a cada vitória, uma mistura de cabeça fria, coração
quente e talento individual e coletivo.
As arbitragens do futebol brasileiro, na média, estão a cada dia
piores. O pênalti em Rony, marcado a favor do Palmeiras contra o Fortaleza, é
incompreensível. Parece que o VAR inibiu e/ou diminuiu a responsabilidade dos
árbitros, que estariam mais acomodados. O VAR se tornou o protagonista.
Onde cabe quase tudo - sem preconceito nem sectarismo https://tinyurl.com/3y677r7f
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