Incômoda realidade
concreta
Luciano Siqueira
Reza a Constituição que os três poderes da República — Executivo, Legislativo e Judiciário — são independentes entre si.
Mas nunca foi
exatamente assim no transcurso da nossa atribulada história republicana.
Depende da
conjuntura.
E da correlação de
forças tendo como referência a presidência da República. A medida dos apoios
com que conta o presidente, ou seja, o governo, no conjunto da sociedade e no
Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados), o judiciário pode se
agigantar temporariamente, assim como o próprio legislativo.
Daí resultam as
condições de governança, favoráveis ou não.
O fato é que Lula se
elegeu Presidente da República, mas os partidos que o apoiaram não obtiveram
maioria no Senado e na Câmara.
Entretanto, governar
é preciso. E a depender da natureza das proposituras do governo, necessita de
maioria simples ou absoluta nas duas casas legislativas.
Daí resulta a
incontornável necessidade de acordos políticos com partidos adversários, facções
desses partidos e até bancadas temáticas que se constituem frequentemente.
Esse é um dado de
realidade tão evidente que, em princípio, não deveria suscitar tanta discussão
na grande mídia e em parcelas da sociedade mais atentas sobre o que consideram
"dilema" de Lula: fazer ou não fazer acordos.
Em alguns casos,
cabendo o adágio popular “cede um dedo para não perder a mão”.
Essa é a realidade. O
resto é especulação principista, estreita e sectária.
O lugar do PCdoB na frente
ampla https://bit.ly/40vTfZh
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