Lula, o estadista da resistência democrática
mundial
Enio Lins
“LULA FOI INTERROMPIDO POR
APLAUSOS POR SETE VEZES ao discursar na ONU”, destacou o jornalista Reinaldo
Azevedo em seu comentário na Band News, comparando com um único momento no qual
Trump foi aplaudido. 7 x 1: Uma comparação tão elementar quanto decisiva, capaz
de liquidar as piruetas da extrema-direita bolsonarista em busca de versões
fantasiosas, destinadas a alimentar seu crédulo gado.
SEM EXCEÇÕES, a mídia internacional destacou o discurso de Luiz Inácio Lula da
Silva, comparando positivamente a fala do presidente brasileiro em relação ao
americano. No geral, o tom foi como o dado pelo britânico The Guardian: “O
presidente do Brasil lançou uma defesa apaixonada da democracia em seu país
[...] Em uma referência inequívoca, mas direta, ao governo Trump, Lula criticou
as tentativas estrangeiras de se intrometer no julgamento de B...”. Outros,
como o New York Times, focaram na reação de Donald: “O presidente Trump pareceu
oferecer um ramo de oliveira ao Brasil nesta terça-feira. Os comentários vieram
após um duro discurso de abertura de Lula”. Alguns – como o argentino El Clarín
– ressaltaram posições de Lula sobre os conflitos mundiais (“Nada justifica el
actual genocídio em Gaza”). Só aplausos.
ESTÁ O BRASIL ALÇADO a um protagonismo internacional, inédito, que não planejou
obter. Não se trata de ação traçada pelas mentes brasileiras, mas sim produto
de uma reação corajosa frente a uma política autoritária e destrambelhada do
governo americano, cujo principal resultado foi não só transformar o Brasil em
vítima, mas projetar a insurgência do vitimado, que não se afrouxou, nem se
apequenou frente aos arroubos da maior das superpotências do momento. O Poder
Judiciário brasileiro não se intimidou e segue seu caminho sem nenhuma
vacilação. O Poder Executivo não pediu arrego, não se rebaixou, e trilha seu
caminho sem se atemorizar. O Brasil resiste, sem cair em provocações, sem
empáfia. O discurso de Lula reflete isso: soberania, firmeza e tranquilidade
frente a um agressor poderosíssimo.
ESTÃO LONGE de soluções os problemas econômicos provocados pelo governo
americano ao Brasil. As motivações de Trump & trupe são variadas, e visam a
capitulação e não a negociação. A defesa espalhafatosa da impunibilidade para o
ex-capitão é apenas uma cortina de fumaça. As contradições reais estão nos interesses
estratégicos e absurdamente lucrativos – como no caso das exigências das big
techs, ansiosas por ficarem acima das leis brasileiras e ganharem mais e mais
fortunas com a desregulamentação da internet. Jair, o condenado, e seus filhos
delinquentes são apenas culpados úteis, cascas de bananinhas colocadas no
caminho da independência do Brasil. Terras raras, relevância dos BRICS, fontes
energéticas... tudo isso é o que de fato provoca furor e temor aos
imperialistas estadunidenses (olha essa velha palavra de volta). Resistir é
preciso, até porque esses gangsters não brincam em serviço.
TRUMP, COMO SEMPRE, usou de sua técnica de chamar a atenção para si através de
deselegâncias, supostos improvisos, e mentiras propositalmente
fáceis de identificar. As mídias encontraram rapidamente fake news na fala de
Donald e dedicam bom espaço às disparidades, conforme reproduzido em matéria no
G1. É um método de Trump para potencializar mitologias em seu próprio público e
desviar a atenção do resto do mundo. É o caso, por exemplo, do esdrúxulo autoelogio:
“Em apenas sete meses, encerrei sete guerras indesejáveis. Sinto-me muito
honrado por ter feito isso. É uma pena que eu tenha tido que realizar essas ações
em vez das Nações Unidas”. Assim como tudo indica ser uma armadilha seu
afago a Lula (surpreendendo os próprios assessores trumpistas). Uma arataca.
Mas que – indubitavelmente – realçou, e muito, o protagonismo do presidente
brasileiro para todo planeta. E a luta continua.
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