Centrão pendular
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Especula-se que facções das mais ativas do Centrão estariam adotando uma meia embreagem na tendência a apoiar uma candidatura presidencial de direita ou centro-direita, e agora admitem uma reaproximação com o presidente Lula.
As razões determinantes seriam, concomitantemente, o fortalecimento
recente do governo e da figura do presidente em contraste com a anemia fratricida
da extrema direita bolsonarista.
Incoerência? Precisamente, não. O chamado centro político, aqui e mundo
afora, ora se aproxima das correntes mais progressistas, ora se alia à direita.
Sua trajetória é naturalmente pendular.
No Brasil sempre foi assim. Basta lembrar que Michel Temer se tornou
vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff precisamente por liderar o MDB
(então PMDB) que empalmava grupos conservadores influentes e ativos.
Na crise que sobreveio, não vacilou em se apoiar na extrema direita para
o golpe parlamentar que o levou à presidência da República.
De tal modo que, a se confirmar a movimentação centrista atual,
fortalecem-se as forças do campo democrático e progressista empenhadas na
pretendida reeleição de Lula.
É o jogo de forças — tão natural como incontornável. Mesmo quando as
forças populares alcançam ascenso na cena política e se apoiam em grandes movimentações
na base da sociedade. sempre será necessário atrair o centro político, pelo
menos em parte, para enfraquecer, isolar e derrotar o adversário principal.
[Se comentar, identifique-se]
Convergência necessária e possível https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/08/minha-opiniao_15.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário