Renato Rabelo defende plano
econômico emergencial para contornar a crise
Blog do Renato
Em live promovida pela CTB na manhã
desta terça-feira (19), o presidente da Fundação Maurício Grabois e dirigente
do PCdoB, Renato Rabelo e o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu
discutiram o quadro político no país e o seu agravamento diante da crise
sanitária do coronavírus.
Renato Rabelo defendeu
um plano econômico emergencial para enfrentar a crise econômica e sanitária que
castiga o povo brasileiro e foi sensivelmente agravada pela emergência da
pandemia do coronavírus.
Na opinião de Rabelo,
o plano emergencial pressupõe a ativa liderança do Estado, o que vai de
encontro à política neoliberal de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. A austeridade
fiscal imposta ao país desde o golpe de 2016, radicalizada pelo atual governo,
é o grande obstáculo neste caminho.
O ex-deputado e
ex-ministro José Dirceu afirmou que a única alternativa racional para a aguda
crise sanitária, econômica e política que o país vive no momento está
sintetizada na palavra-de-ordem “Fora Bolsonaro”, objeto de uma campanha
nacional lançada na segunda-feira (18) pela CTB em unidade com outras 10
centrais sindicais. Ele chamou a atenção para a crescente militarização do
governo, destacando que as Forças Armadas não se subordinam ao poder civil.
Liderança
do Estado
O dirigente da FMG
defendeu que o Estado realize a emissão de dinheiro, pois “só com o Estado
assumindo gastos e investimentos públicos em larga escala poderemos abrir
caminho a uma saída positiva para a crise, à recuperação da economia”.
Segundo ele, “a
recuperação econômica é fundamental” e deve apontar na direção da “reconstrução
do Brasil para um novo projeto nacional de desenvolvimento, orientado no
sentido da reindustrialização do país e realização de reformas estruturais
progressistas”.
Citou, entre elas, a
reforma tributária democrática e progressiva focada no combate às desigualdades
sociais e no aumento da taxação sobre as camadas mais ricas da sociedade. “Quem
tem muito deve pagar muito, quem tem pouco deve pagar pouco, é preciso elevar
os impostos para quem tem e reduzir impostos para os mais pobres”.
Renato Rabelo
denunciou a alienação da soberania brasileira para os Estados Unidos e defendeu
a formação de uma frente ampla democrática para fazer frente ao governo
neofascista do governo Bolsonaro.
Impressão
de moedas
“Nesta primeira fase
temos uma ampla frente, se conseguirmos derrotar Bolsonaro abrimos uma outra
fase. Agora precisamos fazer aliança inclusive com os setores liberais, que
defendem a democracia e também medidas econômicas emergenciais, como a
impressão de moeda, que neste momento é fundamental”, afirmou.
“É preciso mostrar
para o povo que sem a forte participação do Estado nós não temos saída para a
crise”, complementou. Com a pandemia, diz Renato Rabelo, a importância do
Estado ficou muito mais evidente.
Governo
militar
Sobre a maciça
presença de militares no governo, José Dirceu foi taxativo: “O governo é
militar”. Ele lembrou que “toda a história brasileira é marcada pela
intervenção militar e a tutela militar, que presenciamos hoje, paralisa
oposição liberal de direita”.
Assim como Rabelo, Dirceu deplorou o
fato de que a diplomacia brasileira esteja rastejando para os EUA. Opinou que a
tarefa principal das forças democráticas e progressistas no Brasil hoje é
defender a democracia, o que requer ampla unidade.
Em tom autocrítico, o
ex-deputado disse que as forças de esquerda que estiveram à frente do poder
Executivo nos governos Lula e Dilma descuidaram da organização popular. “Não
fizemos a politização e organização necessária do povo”, reconheceu, advogando
um maior trabalho das militâncias nos bairros com o objetivo de conscientizar e
organizar o povo.
Dirceu disse que a
saída para a crise passa pelo Fora Bolsonaro. “Não temos alternativa, Bolsonaro
está levando o país para uma tragédia”, argumentou, ressaltando ao mesmo tempo
que é preciso “criar as condições sociais e políticas para concretizar isto”. (Com
informações da CTB)
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