Minha opinião
Duas táticas diametralmente
opostas
Luciano Siqueira
Natural que forças
adversárias formulem estratégias e táticas distintas, assentadas em valores e
em análise da situação concreta segundo critérios opostos.
E é o que acontece
no Brasil dos nossos dias, em que segue o confronto entre o campo democrático
vitorioso no último pleito presidencial e a extrema direita bolsonarista
derrotada.
Com um detalhe: não
se trata precisamente de alternativas à construção do país.
As forças democráticas que governam operam um programa de reconstrução e de
retomada do desenvolvimento em bases progressistas.
O bolsonarismo oposicionista apenas esperneia numa tentativa de tumultuar o
ambiente político e sobreviver explorando os sentimentos primários do
ressentimento, do medo e do ódio de uma parte considerável da população ainda
confusa.
O tumulto provocado por elementos dessa vertente da oposição por ocasião dos
depoimentos do ministro Flávio Dino, da Justiça, em duas comissões
parlamentares, é revelador dessa tática.
Na verdade, a expressão recidiva do que foram os quatro anos do governo
passado: tirante a condução da economia assentada no neoliberalismo exacerbado
em favor da elite financeira, que sempre guardou coerência técnica, todas as
demais áreas do governo viveram o caos da incompetência e do retrocesso.
Agora, complexos são os desafios da reconstrução.
A agenda do governo se depara com obstáculos de toda ordem, inclusive o cenário
econômico mundial adverso.
É preciso, a um só tempo, desenvolver a cooperação com parceiros internacionais
- como a China - que possibilitem a atração de investimentos de monta e
acelerar a recuperação de políticas públicas essenciais que haviam sido
destruídas.
Romper com os
condicionantes macroeconômicos ultraliberais. A orientação fiscal e monetária
vigente impede a retomada das atividades produtivas tendo a indústria como
vértice.
E a superação desse obstáculo obviamente é indispensável à melhoria dos índices
sociais, sobretudo emprego e renda.
Nessas circunstâncias, é preciso encarar a oposição de extrema direita como de
fato é: provocadora e inconsequente.
Trabalhar para isolá-la passo a passo, atraindo para o campo democrático a
faixa da população incauta, que aderiu temporariamente à agenda de costumes e
do antipetismo.
Cair em provocações
é dar terreno ao inimigo.
Demais, a batalha que tende a se acirrar no parlamento e a mobilização de
atores influentes na cena política e econômica há que se articular com o
esclarecimento e a mobilização da ampla base popular de apoio ao governo.
Diferenciações
acerca da complexa agenda do governo Lula https://bit.ly/3ZNEz7p
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