Governo deve evitar frente
de luta diversionista
Luciano Siqueira
É o que menos o governo Lula precisa: abrir novas frentes de luta secundárias. Como essa CPI destinada a apurar os acontecimentos do dia 8 de janeiro.
A iniciativa da
oposição é diversionista. Uma tentativa de reagir à incomoda condição de
corresponsável pelos atos terroristas de natureza golpista.
Deseja fazer barulho
no Norte e atacar no Sul... para tumultuar o ambiente parlamentar onde a duras
penas o governo vai construindo uma maioria.
Terá sido correta a
decisão dos governistas embarcarem nessa CPI? Certamente não.
Ambos os lados se
autoproclamam com sangue nos olhos e faca nos dentes. Prenúncio de cenas que em
nada contribuirão para o ambiente parlamentar minimamente necessário à
governabilidade.
Nem para esclarecer a
base da sociedade.
Em guerra de longo
prazo é de bom alvitre evitar provocações diversionistas da parte das forças
adversárias. Não se deixar atrair para trincheiras que podem desviar parte das
nossas energias de nossos próprios objetivos.
O governo Lula está
envolto em guerra de longo curso no espaço de um mandato de apenas 4 anos e
muitos desafios a enfrentar.
Basta anotar o
torpedeamento que sofre da bateria midiática pró mercado financeiro em relação
à luta prioritária por mudar a política monetária e fiscal. O propósito é
recuperar a capacidade de investimento público e recolocar a indústria no vértice
de atividades econômicas dinâmicas, indispensável à geração de emprego e renda.
Mas o rentismo peleja com todas as armas para manter as condições privilegiadas
da usura.
O mesmo acontece face
à postura altiva adotada na política externa. A grande mídia, abertamente
pró-EUA, reclama uma aliamento preferencial com a potência decadente em meio à
transição a um novo desenho geopolítico multipolar.
E assim é e será em
relação a todos os pontos essenciais do projeto de reconstrução nacional.
São batalhas
ingentes, exigem concentração de energias e mobilização da base popular.
Isto numa correlação
de forças no parlamento e no conjunto da sociedade muito arriscosa. Temos um
governo viabilizado eleitoralmente mediante maioria apertada. Diferença que
ainda não se alargou, conforme mostram pesquisas recentes.
A oposição
parlamentar, carente do líder antes fugitivo para Miami e agora semi-recluso em
Brasília, busca a todo custo tumultuar a seu modo e assim alimentar suas
milícias digitais numa frente de batalha em que sofre perdas, porém continua a
ofensiva.
A quem e a que
servirá essa CPI?
Aos interesses do
povo e da nação não será, por mais que a tropa de choque governista seja hábil
e firme na denúncia do golpismo.
Diferenciações acerca da complexa agenda do governo Lula https://bit.ly/3ZNEz7p
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