Por que 1° de maio foi marcado por
violência nas ruas na França
Robert
Greenall/BBC
Pelo menos 291 pessoas foram presas e 108 policiais ficaram
feridos durante confrontos em protestos que ocorreram em toda a França nesta
segunda-feira, feriado do Dia do Trabalho. Os manifestantes fizeram atos contra
as reformas previdenciárias, segundo o ministro do Interior, Gérald Darmanin.
Ele disse que é extremamente raro haver
um número tão grande de policiais feridos.
Centenas de milhares de pessoas
participaram das manifestações do 1º de Maio contra as reformas do presidente
Emmanuel Macron, segundo o Ministério do Interior francês.
A maioria era pacífica, mas grupos
radicais lançaram coquetéis molotov e fogos de artifício contra policiais
durante os protestos. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de
água.
A primeira-ministra, Élisabeth Borne, tuitou que a violência
é "inaceitável", ao mesmo tempo em que elogiou a "mobilização
responsável e o compromisso" dos manifestantes em várias cidades.
Este é o último dia de ação em massa
contra as mudanças que aumentam a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. Os
sindicatos querem impedir que a medida seja implementada.
O Ministério do Interior estimou o
número total de manifestantes em 782 mil, incluindo 112 mil na capital Paris.
Mas o sindicato CGT diz que o número é três vezes maior que o divulgado pelo
órgão estatal.
Em Paris, um policial sofreu
queimaduras graves nas mãos e no rosto ao ser atingido por um coquetel molotov,
disse Darmanin.
Também foram registrados casos de
violência em Lyon, Toulouse e Nantes, onde veículos foram incendiados e
empresas atacadas.
Também houve relatos de que os manifestantes ocuparam
brevemente um hotel de luxo na cidade de Marselha, no sul do país. Esta foi a
primeira vez desde 2009 que os oito principais sindicatos da França apoiaram os
protestos, informou a agência de notícias AFP.
Há violência nos protestos desde março,
quando o governo decidiu forçar a lei a passar pela câmara baixa do parlamento
- onde não tem maioria absoluta - sem votação.
Macron diz que a reforma é uma
necessidade.
Ele assinou a reforma em lei no dia 15 de abril, horas depois
de o Conselho Constitucional da França ter apoiado amplamente as mudanças. Mas
as pesquisas de opinião mostram que a grande maioria da população se opõe à
idade de aposentadoria mais alta.
As reformas devem entrar em vigor em
setembro.
O governo prometeu novas negociações,
mas os sindicatos estão determinados a revogar as mudanças, e não está claro de
que maneira um acordo poderia ser feito.
Tudo o que importa de algum modo permanece https://bit.ly/3Ye45TD
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