Qual direita e qual esquerda?
Luciano Siqueira
“Se o campo da direita não furar a bolha, a chance de perder a eleição é grande", adverte o ex-governador da Bahia e atual vice-presidente do União Brasil, ACM Neto.
Reflexão semelhante, no campo à esquerda, muita gente tem feito.
Cabem as duas coisas.
Seja entre as correntes conservadoras, defensoras de mudanças nem tanto, que mantenham, entretanto, o status quo; seja dentre as correntes que desejam avançar no processo civilizacional brasileiro.
O Brasil é, evidentemente, muito complexo. E se situa numa posição de relativo destaque num mundo em transição para um novo desenho geopolítico.
Isto tendo como substrato a crise prolongada do sistema dominante, que tem como um dos seus componentes um distanciamento jamais visto entre as minorias que concentram a produção, a renda e a riqueza e as maiorias que pouco ou nada têm.
Nesse contexto, as pressões restritivas da democracia liberal burguesa e a proliferação, à luz do dia, de expressões da direita extremada.
O líder direitista baiano sabe o que está dizendo: a direita no Brasil carece de ampliação para além do bolsonarismo estéril e inconsequente. Precisa de mais força, inclusive para vencer disputas eleitorais agora, mirando o pleito presidencial de 2026.
Na ponta oposta, o desafio da esquerda que ora governa à testa de uma coalizão democrática ampla e diversificada, é dar solidez a essa composição e ela própria - PT, PCdoB e PSB sobretudo -, restabelecer suas raízes no seio do povo e ganhar robustez e capacidade de mobilização social.
Isto num ambiente social marcado por transformações no mundo do trabalho, com repercussões sobre o modo de vida, os mecanismos pelos quais as pessoas se informam e formam opinião e novas formas de organização corporativa laboral e política.
Portanto, dois polos opostos que precisam ampliar suas forças - cada um a seu modo.
Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/05/minha-opiniao_66.html
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