24 maio 2024

Minha opinião

Qual direita e qual esquerda?
Luciano Siqueira

 

“Se o campo da direita não furar a bolha, a chance de perder a eleição é grande", adverte o ex-governador da Bahia e atual vice-presidente do União Brasil, ACM Neto.

Reflexão semelhante, no campo à esquerda, muita gente tem feito. 

Cabem as duas coisas. 

Seja entre as correntes conservadoras, defensoras de mudanças nem tanto, que mantenham, entretanto, o status quo; seja dentre as correntes que desejam avançar no processo civilizacional brasileiro. 

O Brasil é, evidentemente, muito complexo. E se situa numa posição de relativo destaque num mundo em transição para um novo desenho geopolítico. 

Isto tendo como substrato a crise prolongada do sistema dominante, que tem como um dos seus componentes um distanciamento jamais visto entre as minorias que concentram a produção, a renda e a riqueza e as maiorias que pouco ou nada têm.

Nesse contexto, as pressões restritivas da democracia liberal burguesa e a proliferação, à luz do dia, de expressões da direita extremada. 

O líder direitista baiano sabe o que está dizendo: a direita no Brasil carece de ampliação para além do bolsonarismo estéril e inconsequente. Precisa de mais força, inclusive para vencer disputas eleitorais agora, mirando o pleito presidencial de 2026.

Na ponta oposta, o desafio da esquerda que ora governa à testa de uma coalizão democrática ampla e diversificada, é dar solidez a essa composição e ela própria - PT, PCdoB e PSB sobretudo -, restabelecer suas raízes no seio do povo e ganhar robustez e capacidade de mobilização social.

Isto num ambiente social marcado por transformações no mundo do trabalho, com repercussões sobre o modo de vida, os mecanismos pelos quais as pessoas se informam e formam opinião e novas formas de organização corporativa laboral e política.

Portanto, dois polos opostos que precisam ampliar suas forças - cada um a seu modo.

Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/05/minha-opiniao_66.html

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