Agora que o prazo para declarar a renda chega a seu final, uma questão deve ser levantada: por que a fome voraz do leão se dirige apenas aos assalariados? É bom frisar que boa parte dos economistas defende a tese de que salário não é renda. Além do mais, a tabela de desconto do mesmo imposto na fonte passou sete anos sem correção e, só o foi no governo atual, com a isenção de quem recebe até dois salários mínimos. Aqueles que recebem milhões, a título de lucros e dividendos, nada pagam porque tais ganhos são considerados não tributáveis. Assim, por exemplo, um empresário que tenha auferido quinhentos milhões de reais como lucro ou dividendos nada contribuirá para saciar a fome do leão, enquanto um pequeno funcionário seu que percebe um real acima de dois salários mínimos vai pagar o injusto imposto, aumentando a cada dia a absurda concentração de renda no País. O que podemos esperar da votação no Congresso em relação à reforma tributária: os congressistas agirão como assalariados ou como representantes do empresariado?
Sylvio Belém
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