Onde os impulsos devem ser controlados
Luciano Siqueira
A sinceridade é cultuada ao longo dos tempos como uma virtude humana.
E é.
Mas, como tudo na vida, há que ser praticada do modo e no tom adequado a cada situação.
Na vida política especialmente.
Pois é necessária uma postura franca e transparente, mediada entretanto pelas circunstâncias: as pessoas, o tema e a possibilidade ou não de construir consensos ou definir diferenças de modo mutuamente respeitoso.
O noticiário hoje destaca declarações atribuídas ao deputado José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, que tanto faz cobranças a partidos aliados que não têm correspondido nas votações em plenário, como ao próprio governo, segundo ele, ainda carente de uma coordenação política e operativa.
O deputado pode ter plena razão. A sua impropriedade está em fazer suas cobranças publicamente e através de uma mídia ávida em atiçar contradições na coalizão que governa o país.
Em outras palavras, o que se pode tratar dentro de casa não é conveniente que se leve ao boteco da esquina. Sob risco de boas intenções se perderem pelo ralo.
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