Carlo Ancelotti não joga conversa fora
Além da enorme experiência, treinador,
nas entrevistas, é claro, conciso, explicativo e firme
Tostão/Folha
de S. Paulo
As seleções de
Espanha, Portugal, França e Argentina são hoje as quatro mais
fortes. Brasil e Inglaterra estão um pouco abaixo. As duas, se evoluírem até o
Mundial, o que não será surpresa, pois possuem qualidades individuais para
isso, poderão fazer parte do primeiro grupo.
O Brasil é o país com
o maior número de bons jogadores, mas Carlo Ancelotti exagera quando diz que há
uns 70 em boas condições para atuar na seleção. Existem outras equipes, como Itália,
Alemanha, Croácia, Holanda e Bélgica, que podem crescer e fazer ótimas
campanhas na Copa do Mundo. Modric, 40, continua sendo destaque na Croácia.
A Espanha é a que
mais encanta. O time atual é uma nova versão, moderna e mais eficiente, da
equipe que ganhou o Mundial de 2010 e a Eurocopa de 2008 e 2012. A tradicional troca
curta de passes com aproximação de muitos jogadores ficou mais envolvente e
objetiva.
Aquela seleção de
2010 se destacava por ter três grandes meio-campistas (Busquets, Xavi e
Iniesta), mas não tinha um craque no ataque, como Lamine Yamal. Hoje o time é
forte no ataque, além de ter melhorado a defesa. Pedri é o craque meio-campista
que falta à seleção brasileira.
Portugal possui uma
maneira parecida à da Espanha de jogar e tem também excelentes meio-campistas
(Vitinha, Bruno Fernandes, João Neves e Bernardo Silva), além de um grande
artilheiro, Cristiano Ronaldo, que não para de fazer gols. Já
fez 942 na carreira. Imagine se chegar aos mil na Copa do Mundo? Ele que já se
acha o melhor de todos os tempos, acima de Pelé, vai ter certeza disso se fizer
também os mil gols.
Abaixo de Pelé,
prefiro Messi por ser mais completo.
Na comparação entre
artilheiros de todas as épocas, uma prática frequente nos programas esportivos,
a média de gols, pouco citada, é mais importante que o número absoluto, ainda
mais quando existe uma grande amostragem. Penso ainda que haja uma
supervalorização dos artilheiros em relação a jogadores de outras posições,
especialmente aos meio-campistas. O meio-campo é o cérebro e a alma de uma
equipe.
A França não tem
meio-campistas de enorme talento como Espanha e Portugal, porém possui
excepcionais atacantes. Além de Mbappé, o melhor de todos, a França possui outros
excelentes, como os do PSG (Dembélé e Doué), campeão da Europa.
A Argentina continua
muito forte no conjunto e no individual, embora haja dúvidas se Messi estará
presente e em forma. O técnico Scaloni já começou a preparar a equipe sem
Messi. Na goleada por 4 x 1 contra o Brasil, o grande craque não estava
presente. Dois jovens, Almada, que já era reserva no Mundial de 2022 e que
ocupa o lugar de Di Maria, além de Mastantuono, que tem sido titular no Real Madrid, são grandes esperanças.
Assim como o Brasil,
a Inglaterra, quando tiver juntos seus grandes jogadores do meio-campo para
frente, como Rice, Bellingham, Kane, Saka e Foden, terá grande chance de
crescer e de fazer parte das seleções mais fortes e candidatas ao título.
Independentemente do
que ocorra nesta terça-feira (9) contra a Bolívia, a seleção brasileira sob o
comando de Ancelotti ficou mais forte e mais temida. Além da enorme
experiência, do conhecimento técnico e tático e da capacidade de comando, o
treinador, nas entrevistas, é claro, conciso, explicativo e firme.
Não joga conversa
fora.
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