Lula lança Carteira Docente e exalta educação como “luz no fim do túnel”
No Dia do Professor, Lula e MEC lançam documento oficial com validade nacional e benefícios exclusivos, priorizando a formação e a valorização de 2,7 milhões de docentes
Barbara Luz/Vermelho
Em um evento marcante no Dia do Professor nesta quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santana, assinaram o decreto que institui a Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB), símbolo de reconhecimento e valorização da categoria. O documento, válido por dez anos e aceito em todo o país, poderá ser solicitado a partir desta quinta-feira (16) por meio da plataforma Mais Professores, com acesso via conta gov.br.
“A educação é aquele caminho que a gente aponta e vê uma luz no fim do túnel. Da parte do nosso governo, não faltará atitude para tentar melhorar a educação nesse país. Nós precisamos formar mais engenheiros, mais matemáticos, mais especialistas em inteligência digital. Nós temos que exportar inteligência, conhecimento, tecnologia”, afirmou Lula durante a cerimônia no Rio de Janeiro.
A CNDB, que funciona como documento oficial, beneficiará cerca de 2,7 milhões de professores das redes públicas e privadas e dará acesso a vantagens como meia-entrada em eventos culturais, descontos em hotéis, condições diferenciadas de crédito e parcerias exclusivas do MEC.
Cartão prêmio e novas vagas
Além da carteira, a cerimônia também marcou a entrega do Cartão Prêmio a professores do estado fluminense. A iniciativa do Ministério da Educação (MEC) visa reconhecer 100 mil professores das escolas com as melhores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), inclusive em contextos socioeconômicos desafiadores. Nesta edição, os premiados receberão um crédito de R$ 3 mil em um cartão do Banco do Brasil para a aquisição de ferramentas de trabalho, como computadores e tablets.
Em um outro passo para o fortalecimento do sistema, o ministro Camilo Santana anunciou a criação de 6.737 novos cargos para professores e técnicos em universidades de todo o país, somando-se às 4.500 vagas já criadas para os institutos federais em julho.
Reconhecimento e soberania
Na ocasião, Santana destacou a necessidade de um “grande movimento” para valorizar a categoria. “Às vezes, o professor é pai, é mãe, é psicólogo, é enfermeiro, é médico, é irmão, é aquele que cuida e tem um amor grande pelos alunos desse país. Portanto, eu estou muito feliz e dentro do programa de valorização dos professores”, afirmou o ministro.
Para Lula, investir em educação é garantir futuro e soberania. “Eu quero provar ao mundo que a gente pode consertar o país. Esse país merece uma chance. Eu quero que meu neto, o neto de vocês, o bisneto de vocês tenham aquilo que têm direito. Soberania significa qualidade de vida do nosso povo. Significa direito de andar de cabeça erguida”, disse o presidente.
Avanços e políticas de inclusão
O programa Mais Professores articula iniciativas que vão desde a formação docente até a valorização salarial e social da categoria. Entre os avanços recentes, o governo destaca a ampliação da conectividade escolar, que passou de 42% em 2023 para 65,9% em 2025, a criação de 100 novos institutos federais, o programa Pé-de-Meia, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e a expansão da Escola em Tempo Integral.
A importância das políticas públicas de acesso foi evidenciada pela professora Maria de Fátima Gonçalves, que discursou em nome dos docentes. Ela emocionou a plateia ao destacar que sua trajetória só foi possível graças ao sistema de cotas. “Eu entrei pelas cotas. Faço parte da primeira turma de cotas. Sou fruto da educação, sou fruto de uma política pública de seriedade, de educação, que acredita no seu povo e acredita na sua nação”, declarou a professora.
As ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) reforçaram que a educação é a principal ferramenta para um futuro mais justo e desenvolvido. “A gente quer mais educação, mais investimento, mais acesso, mais cultura. E a educação é a ferramenta principal disso. Acima de tudo, uma educação antirracista e igualitária com mais desenvolvimento”, disse Anielle Franco. Esther Dweck concluiu: “Não é a educação que transforma o mundo. São as pessoas que a gente forma que vão transformar o mundo.”
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