Canto dos pássaros faz bem, oxente!
Luciano Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
É o velho hábito de apenas uma vista d'olhos, como se dizia antigamente,
sobre notícias do mundo da ciência.
Meu interesse não passa disso. E, confesso, por um ligeiro traço de
preconceito.
É que concomitantemente com muito estudo realmente necessário e inovador,
há muita pesquisa sobre o óbvio — muitas vezes para acumular pontos nos critérios
de avaliação do sistemas acadêmicos, no Brasil e alhures, suponho.
Quantas pesquisas o doutor ou a doutora já realizou? Qual o quantitativo
de mestrandos e doutorandos que orientou?
Leio agora que o ato de ouvir o canto dos pássaros pode fazer bem para o
corpo e a mente.
Prossigo: diversos estudos científicos têm apontado que esses sons
naturais estão associados a uma sensação maior de bem-estar e clareza mental,
além de contribuírem para a redução de sintomas de ansiedade e depressão.
Tudo bem. Mas qual é a novidade? Nenhuma!
A reportagem, que bisbilhoto no site da BBC, registra a assertiva da psicóloga
social e ambiental Cindy Frantz, do Oberlin College and Conservatory (EUA),
para quem os seres humanos são naturalmente sociais e "programados para
buscar conexão com as coisas ao redor".
Sim, minha cara doutora, a gente sabe disso e só os eremitas o recusam.
Ou seja, a gente precisa de gente por perto. E de bichos também -
preferencialmente aves canoras.
Já uma edição de 2022 da revista Scientific Reports destaca que mais de
1.300 pessoas, sob observação científica, que ouviram ou observaram aves
relataram uma melhora significativa no bem-estar mental.
Sinceramente, alguém poderia esperar que esses privilegiados se tornassem
por isso ansiosas ou perturbadas!?
Não ouço o canto saudável de pássaros porque não tenho em casa nenhum
preso em gaiola e porque o bairro de poucas árvores não é nenhum atrativo para
performáticos Sabiás-laranjeira, nem mesmo o Bem-te-vi, cantador dado a se
exibir em ambientes urbanos. Mas bem que gostaria, mesmo que tivesse que me
mudar para uma chácara (com sinal de internet , para não perder reuniões
de trabalho, claro!), onde pudesse ouvir o Curió, o Bicudo, o Canário-da-terra
e outros da mesma estirpe.
Viver é assim: a gente faz o que pode. E os cientistas pesquisam o que
querem.
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Leia também: Meu pardal amigo https://lucianosiqueira.blogspot.com/2010/12/cronica-em-minha-coluna-semanal-no.html
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