28 outubro 2025

Enio Lins opina

Diálogo civilizado entre contrários: uma reafirmação da diplomacia
Enio Lins 

QUE CASCA DE BANANINHA danada escorregou o bolsonarismo, hein, gente? Baque da gota. Feio. Humilhante. Patético. O incrível, mesmo considerando a indigência cognitiva do clã Boçalnaro, é comprovar que um energúmeno como Dudu Little Banana acreditou conduzir Donald Trump na coleira, e não o inverso. O galego do veneno da Casa Branca utilizou um de seus capachos, no caso o Zero-três, como vaca de piranha para atravessar o rio. Pode usar novamente, afinal os bobos da corte servem para isso mesmo.

NÃO EXISTE ACORDO PERFEITO entre Brasil e Estados Unidos, nem entre nenhum país e os Estados Unidos. Especialmente negociando com um imperialista feroz, assumido como tal. Os ianques sempre querem tudo e mais alguma coisa. Poucos são os países, como a Argentina de Melei, que humilham-se, rastejam-se, e dão tudo e mais alguma coisa. No mais, é luta o tempo todo. Os reais interesses de Washington e de Brasília serão discutidos, num patamar apropriado, pela comissão formada a partir da reunião bilateral na Malásia. Encontros e desencontros surgirão naturalmente no decorrer das negociações – que deverão se estender por muito tempo, como normal entre dois países com interesses distintos na economia e na geopolítica. As tarifas escorchantes determinadas por Trump, por exemplo, respondem a exigências de setores da economia estadunidens e que são importantes para o grupo de Donald (inclusive ele tem multiplicado sua fortuna pessoal numa velocidade impressionante), e não vão sumir do mapa de uma hora para outra.

“SATISFATÓRIO PARA O BRASIL. ÓTIMO PARA LULA. PÉSSIMO PARA O BOLSONARISMO”, assim foi definido o entendimento inicial entre a Casa Branca e o Planalto pelo principal artigo publicado pelo Estadão, ontem, assinado pelo jornalista Carlos Andreazza. Entendimento inicial não é acordo fechado. Existe uma longa, sinuosa, e acidentada estrada pela frente. O grande avanço, muito mais do que “satisfatório”, é a desmoralização dos esforços mais canalhas dos bolsonaristas para que um desentendimento inicial melasse o primeiro contato efetivo, oficial, entre Trump e Lula. O diálogo civilizado, como está ocorrendo, é uma conquista real, indiscutível, da diplomacia brasileira, frustrando o time de traidores da pátria encabeçado por Dudu Bananinha (o deputado homiziado nos Estados Unidos), Jair Messias (o presidiário domiciliar ) e outros tantos notáveis delinquentes da extrema-direita brasileira.

INDEPENDENTEMENTE DOS RESULTADOS da negociação iniciada entre Brasil e Estados Unidos, a política antinacional da facção bolsonarista deve ser combatida com mais veemência, sem condescendência. Não se pode ignorar, nem menosprezar, o perigo dessas operações dirigidas pelo presidiário Jair Messias, e executadas escandalosa e diretamente por seu cúmplice e filho Eduardo, cuja conspiração antibrasileira em território americano é financiada, em parte, por dinheiro público liberado pela Câmara Federal. Ao se recusar a cassar o mandato desse criminoso, um parlamentar fugitivo do próprio mandato, ausente do território nacional por vontade própria, o Poder Legislativo brasileiro coonesta, acumplicia um crime de lesa-pátria e de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Obviamente, a inte rvenção de um país estrangeiro não pode ser realizada a contento sob um regime de Democracia e de soberania nacional no país atacado. O desavergonhamento é tamanho, tão cínico, que Flávio, o filho senator – ator canastrão no papel de senador –, passou a defender o bombardeamento, por aviões estadunidenses, de embarcações de facções rivais (as milícias são muito desunidas) em plena baía da Guanabara.

NOTICIOU O G1, ONTEM: “Segundo a repórter da Globo Raquel Krahenbuhl, uma cúpula brasileira de alto nível incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Economia, Fernando Haddad, irá a Washington na semana que vem para mais negociações”. É. Se desenha um amanhã alvissareiro no horizonte. Mas os bandidos traidores da pátria seguem perigosos, e impunes até agora, apesar de terem escorregado feio e quebrado os cornos no baque.

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