24 outubro 2025

Bosco Rolemberg opina

A soberania nacional, a bomba tarifária de Trump e o tsunami chinês 
Bosco Rolemberg  

Como os países estão reagindo ao declínio da hegemonia dos EUA e ao crescimento da China?  

Os EUA, sob direção de Trump, decidiram reagir à perda de posição de sua capacidade produtiva, impondo tarifas, tentando recuperar sua economia.  

Seus aliados na Europa, Japão e a grande maioria dos países, insatisfeitos, temerosos e em posição desfavorável, trataram de adequar-se as exigências do ainda poderoso império do norte, negociando condições.   

Ocupando o primeiro lugar na economia mundial, os EUA entraram em desespero, vendo a expansão chinesa em crescimento fenomenal, ampliando a presença em todos os continentes,   

Contrariando as expectativas negativas, o caminho chinês para o socialismo, revelou-se vitorioso, superando e ultrapassando o nível de desenvolvimento das velhas potências ocidentais.  

A China conquistou a posição de segunda economia no ranking mundial, porque formou uma geração de dirigentes com visão estratégica, implementou em alta velocidade mudanças inovadoras profundas em vários setores da economia.  

A superação do atraso e a velocidade das implementações inovadoras do salto no desenvolvimento chinês impressionam o conjunto das nações e inundam todos os continentes com produtos fabricados na China.  

A China responde hoje por 31% da produção industrial global, o dobro da participação dos EUA com apenas 16% e superando Japão, Alemanha, Índia, Coreia do Sul...  

A dependência mundial dos produtos chineses continua a crescer.  

As empresas chinesas superaram empresas concorrentes em diversos países, pelo avanço tecnológico, pela velocidade implementando as mudanças inovadoras alcançando um patamar superior de competitividade e produtividade.  

Os diversos países se posicionaram, analisaram este momento da situação mundial, avaliaram o crescimento da China, a agressão dos EUA e definiram seus objetivos e alternativas.  O fato que visa o crescimento vertiginoso da economia chinesa e o declínio da hegemonia dos EUA, desafia os dirigentes das nações a reavaliarem os projetos nacionais de desenvolvimento.  

Sentimento de impotência, derrota e pessimismo ou o fortalecimento da capacidade de elaboração de planejamento estratégico de longo prazo pelas forças dirigentes de cada país, utilizando as oportunidades que se descortinam.  

Este cenário mundial coloca o desafio da elaboração, implementação, consolidação do projeto nacional de desenvolvimento do Brasil.  

Como modernizar e revitalizar setores tradicionais da economia, buscar fontes diversificadas de recursos para investimentos em novas tecnologias.  

Qual o caminho e as adequações necessárias aos planos estratégicos nacionais?  Não é uma tarefa para amadores e políticas de visão estreita!  

O PCdoB vem contribuindo com a elaboração do pensamento estratégico no país, expresso no seu Programa Socialista, com a formulação do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. 

Não é uma batalha apenas para redução das tarifas, concessão de superávits e ampliação das relações comerciais com novos países. 

Respeitando o nível de desenvolvimento, conforme nossas características específicas, avaliando nosso potencial em cada setor, definindo os projetos estratégicos prioritários para elevar o patamar da capacidade produtiva.  

O Brasil agigantou-se, erguendo sua voz no cenário das nações com altivez, em defesa da soberania nacional, pela paz, pela democracia em um mundo multilateral e cooperação pelo desenvolvimento. 

Trata-se de aproveitar este momento de disputa estratégica - da bomba tarifária de Trump e do tsunami chinês- para fortalecer a soberania e o projeto de desenvolvimento nacional.

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Leia também: Palavra de ordem do PCdoB é frente ampla  https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/pcdob-defende-frente-ampla.html 

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