Pela paz na América Latina, contra as agressões de Trump
Presidente Lula rechaçou ameaças de Donald Trump e tocou em pontos essenciais da histórica relação desigual e injusta entre a região e os países centrais do capitalismo
Editorial do 'Vermelho" www.vermelho.org.br
A afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe foi um ponto de destaque na 4ª Cúpula Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e União Europeia (UE), realizada na Colômbia no domingo (9). “Velhas manobras retóricas são recicladas para justiçar intervenções ilegais”, afirmou, numa referência às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ordenou o deslocamento militar no sul do Caribe e uma série de bombardeios próximo ao litoral da Venezuela e da Colômbia a pretexto de combater o tráfico de drogas.
A região é de paz e quer permanecer em paz, disse o presidente. “Democracias não combatem o crime violando o direito internacional. A democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvazia os espaços públicos, destrói famílias e desestrutura negócios. A segurança é um dever do Estado e um direito humano fundamental. Não existe solução mágica para acabar com a criminalidade. É preciso reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas. O alcance transnacional do crime coloca à prova nossa capacidade de cooperação”, afirmou.
Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente, disse Lula. “Ações coordenadas, intercâmbio de informações e operações conjuntas são fundamentais para que a gente consiga vencer. Foi com esse objetivo que renovamos o Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, com a Argentina e o Paraguai”, destacou. Em Manaus, afirmou, foi estabelecido o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, reunindo agentes de nove países sul-americanos. “Essas são plataformas permanentes de cooperação para combater crimes financeiros e o tráfico de drogas, de armas e de pessoas.”
O presidente também ressaltou a importância das relações Celac-União Europeia à construção de uma ordem mundial baseada na paz, no multilateralismo, e na multipolaridade. “Há dois anos, quando nos reunimos em Bruxelas pela última vez, vivíamos um momento de relançamento dessa histórica parceria. Desde então, experimentamos situações de retrocesso. A América Latina e o Caribe vivem uma profunda crise em seu projeto de integração. Voltamos a ser uma região balcanizada e dividida, mais voltada para fora do que para si própria. A intolerância ganha força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar à mesma mesa.”
Essa política denunciada por Lula já foi chamada de “lei do funil”: todas as vantagens para os países centrais do capitalismo. A América Latina possui mais da metade de todos os recursos naturais do planeta e a maioria das árvores que existem na terra, além de possuir o rio mais caudaloso, duas das maiores cidades do mundo e uma riqueza fabulosa de terras férteis. As ameaças de Trump decorrem desse cenário, uma tentativa de impedir políticas soberanas e progressistas na região.
O consórcio da direita e da extrema-direita, serviçais de Donald Trump, respaldam a política de guerra dos Estados Unidos contra os países amigos e vizinhos do Brasil.
Lula acerta no alvo ao rechaçar a onda ascendente de agressões à Venezuela e à Colômbia que pode resultar, conforme indicam as movimentações bélicas dos Estados Unidos, num ataque direto ao povo venezuelano e ao governo de Nicolás Maduro.
Situação que conturbaria a América do Sul como um todo e poderia levar os países da região a perder uma conquista estratégica, construída coletivamente, em mais de um século: a paz e a relação de cooperação entre os povos.
O campo político democrático, patriótico e popular brasileiro deve se pronunciar com veemência e se mobilizar em solidariedade aos povos e países amigos agredidos,
Venezuela e Colômbia, rechaçar as agressões do imperialismo estadunidense e erguer alto a bandeira da paz.
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Terras raras: por que evitar aproximação com os EUA https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/reservas-estrategicas.html
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