Dias de atenção total à economia
Enio Lins www.eniolins.com.br
Hoje é o 94º dia do governo Lula e, muito mesmo
antes da marca do centésimo dia, parte da mídia não muito amiga cobra a
resolução de problemas acumulados e potencializados por uma gestão
irresponsável e trágica que se estendeu por quatro anos de retrocesso.
Mas, em apenas uma centena de dias, não é possível
desatar todos os nós dados pelo “mito”: o País estava manietado, com a economia
seviciada como as vítimas do famigerado Dr. Tibiriça (cognome do tal Coronel
Ustra), o principal ídolo do energúmeno fujão.
Foram 1.461 dias de bagunça total, onde quem já
ganhava muito passou a ganhar mais, enquanto a maioria da população foi
mergulhada mais para baixo da linha de pobreza, ao desabrigo de quaisquer
planos do desgoverno mitológico.
“Quase 10 milhões de brasileiros passaram a viver
em situação de pobreza de 2019 a 2021. É quase toda a população de Portugal”,
destacou o Jornal Nacional em 29 de junho de 2022 – e até o final do ano
passado nada foi feito para corrigir essa tragédia.
Para a Fundação Getúlio Vargas, seriam “63 milhões
de pessoas no Brasil que, no ano passado, viviam em domicílios onde a renda por
pessoa não ultrapassava R$ 497 por mês”, segundo estudo da FGV sobre os dados
do IBGE.
E a extrema pobreza? Também pelas contas da FGV
“São 33 milhões de brasileiros que vivem com menos de R$ 289 por mês”. Por esse
levantamento, que usa dados que começaram a ser coletados em 2012, “esse é o
pior cenário já registrado”.
Essa é a tragédia, o centro do problema que nem a
Faria Lima, nem o COPOM do Banco Central, querem ver – ou melhor, veem, mas
ignoram e querem impedir que o problema seja abordado e enfrentado, pois só
enxergam o lucro fácil e sem riscos.
Para voltar a crescer economicamente e a ter um
pouco de melhor distribuição de renda é indispensável que a agiotagem radical
que assola o Brasil seja contida, que a geração de emprego e renda seja
reestimulada rápida e profundamente.
E os programas sociais? São indispensáveis para
minorar a fome antes da economia voltar a crescer. Sim, a fome existe e os dados
do IBGE não negam, independentemente de análises como as da FGV reconhecerem ou
não. O Brasil voltou a passar fome.
Cem dias? Bote bem mais 100 nisso. Lula, Alckmin,
e toda equipe têm de centrar fogo nesse alvo. Deixem as diatribes do mito e as
armações do Moro para o noticiário policial e para os posts de humor político.
Toda, e absoluta, atenção à economia.
A luta política na base da sociedade https://bit.ly/3FZNuve
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