Custo “nem-nem”: Brasil perde com jovens que não estudam nem trabalham
PIB brasileiro teria um incremento de R$ 46,3 bilhões se esses jovens estivessem empregados
André Cintra/Vermelho
O Brasil tem cerca de 4,7 milhões de jovens de 18 a 24 anos que nem estudam nem trabalham. Um novo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) tentou estimar o custo dessa geração “nem-nem” para a economia brasileira.
De acordo com o levantamento, se esses jovens estivessem empregados, o PIB (Produto Interno Bruto) teria um incremento de R$ 46,3 bilhões em 2022. Segundo Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, o cálculo se baseia num salário R$ 1.919,81 – o equivalente à média salarial das contratações realizadas em novembro daquele ano.
O valor atualizado para 2023 e 2024 tende a ser consideravelmente maior, devido à retomada da política de valorização do salário mínimo e ao atenuamento da crise de Covid-19, que possibilitou uma reabertura mais ampla da economia.
Além disso, pessoas na faixa etária entre 18 e 24 anos correspondem a apenas uma parte dos jovens brasileiros em idade produtiva, que vai dos 15 a 29. Nesse universo maior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 10,9 milhões de desempregados ou desalentados. Um a cada cinco jovens está nessa situação.
A inserção dos jovens no mercado de trabalho, especialmente no primeiro emprego, garante a reposição da população economicamente ativa. Na outra ponta, há trabalhadores que saem de atividade por morte, aposentadoria, doença, invalidez ou mesmo dificuldade de recolocação.
Além disso, existe a necessidade de renovação de práticas e ideias. “Geralmente essas gerações mais novas que trazem todos os motores de inovação de modernização da economia”, lembra Felipe Tavares
A CNC projeta que, para cada R$ 1 de aumento na renda média, o impacto no PIB pode variar de R$ 400 mil (na região Norte) a R$ 5,5 milhões (no Sudeste). Considerando todas as regiões do País, o impacto médio é de R$ 1,6 milhão. “Com a geração nem-nem, as desigualdades regionais tendem a se manter e até a piorar ao longo dos anos”, conclui o economista-chefe da CNC.
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