Entre 30 ou 40Km/h ou menos
Luciano Siqueira
Esta é a minha escolha aos domingos, percorrendo ao volante as ruas do Recife.
Para que correr?
Entretanto, sou frequentemente acossado por motoristas que buzinam desnecessariamente sugerindo que eu aumente a velocidade.
Apesar de tão poucos veículos na rua, nesta manhã em que o sol se abriu imenso em sobreposição às pesadas chuvas de ontem.
E quando é possível observar aos detalhes nossas ruas, muitas delas arborizadas, e fazer pequenas descobertas.
E aqui e acolá, algumas mazelas ainda não solucionadas.
Os que se deixam vencer pela ansiedade, que a cada dia se converte em mal coletivo, uma espécie de reflexo das pequenas pelejas cotidianas — umas vencidas, talvez muitas frustradas — fazem mal enorme a si mesmo e ao entorno.
As nossas ruas conservam marcas da História, que as exibem salpicadas de sinais nem sempre perceptíveis ao olhar desatento, das muitas vidas que ao longo do tempo as tingiram de pontinhos multicolores: dor, dúvida, gestos, amor, desamor, luta, prazer, esperança, conquistas, sonhos...
Melhor percorrê-las a pé.
Mas se precisamos nos locomover em veículos, que sejamos capazes de cultuar as ruas da cidade como espaços da nossa própria casa.
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