18 outubro 2025

Kleyton Pimentel opina

A rua é o megafone da nossa rebeldia!
À vista do cenário político atual, é urgente unir forças e ocupar as ruas para defender o povo brasileiro.
Kleyton Pimentel* 

Nosso país passa por momentos de polarização e tensão política. O avanço de discursos políticos individualistas e elitistas põe em risco as pautas reais do povo brasileiro. Diante disso, é eminente a urgência da unidade para somar forças, ocupar as ruas como palco de nossa luta e transformá-las no megafone da nossa rebeldia.

Durante a história do Brasil, importantes momentos foram marcados por grandes levantes da população em defesa do povo e da democracia. O movimento Diretas Já, por exemplo, (1983 e 1984), buscava eleições diretas para presidente em 1985. Também houve o movimento Caras-Pintadas (1992), protagonizado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e demais movimentos sociais, que teve como objetivo o impeachment do governo corrupto de Fernando Collor de Mello. Essas mobilizações mostraram o grande poder que o povo tem quando vai às ruas reivindicar seus direitos e protestar contra aqueles que não priorizam as necessidades da população.

Trazendo para o contexto atual, pode-se citar a mais recente PEC da Blindagem (ou popularmente chamada PEC da Bandidagem), que visa exigir autorização do Congresso para ações penais contra parlamentares. Em um tempo em que a jornada exaustiva de trabalho mata trabalhadores e os acomete a uma vida cansada e infeliz, parlamentares buscam seus interesses unitários e/ou de pequenos grupos de elite para se proteger da Constituição e da Justiça brasileira.

O Projeto de Emenda Constitucional não foi aceito pelo povo e recebeu resposta nas ruas: estudantes, trabalhadores, jovens e idosos se uniram para barrar a injustiça aprovada na Câmara dos Deputados no dia 16 de setembro de 2025. Milhares de pessoas foram às ruas dizer não à emenda e à anistia. Após essa intensa mobilização popular, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) rejeitou a proposta de emenda parlamentar, e isso só foi possível graças à unidade do povo na rua.

Discursos e projetos políticos que têm como alvo pequenos grupos de poder tornam-se cada vez mais evidentes em nosso país. Parlamentares que buscam interesses próprios vêm ganhando espaço dentro dos fóruns deliberativos que regem o Brasil, e isso só pode ser barrado com a luta organizada.

Prova-se que é necessária a retomada das ruas na luta pela democracia e pelos direitos. Somente a mobilização popular tem poder para intensificar nossa luta. Todo poder emana daqueles que dão o sangue pelo avanço e desenvolvimento do país. Assim como pintamos os rostos no passado para denunciar a corrupção ou tomamos as avenidas pelo voto direto, é preciso novamente, no presente, ocupar as ruas em massiva mobilização, unificar as forças sociais e político-progressistas pelas pautas do Brasil Real e transformar a rua no megafone das lutas do povo brasileiro.

*Presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UMES PE)

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