A vida algoritmizada
Luciano Siqueira
Li apenas o lide. Não
tenho interesse em tempo para ver o resto da matéria, mas registro a minha
inquietação.
Trata-se da indicação
dos melhores dias e horários de que homens solteiros devam frequentar as redes sociais
— supostamente para encontrar seu par.
O sábado está em
alta, a terça-feira em baixa.
Deve ser a resultante
do "trabalho" dos algoritmos.
Ou, quem sabe, de
algum site novo na ponta da inteligência artificial.
Do jeito que as
coisas vão se o indivíduo desejar uma programação supimpa (expressão do século
passado), basta registrar suas necessidades e aspirações e a resultante de
milhões de interações lhe dará exatamente qual a agenda semanal ideal nos três
expedientes de cada dia.
Será?
Se ainda não é pode vir
a ser, creio. É questão de tempo.
Certamente milhões de
indivíduos subservientemente digitalizados topam se submeter a essa espécie
de ditadura dos algoritmos.
Eu jamais!
Prefiro a angústia
decorrente da dúvida sobre como bem usar o tempo diante de tantos afazeres e
desejos. E em alguns momentos, comemorar os bons resultados de uma agenda bem
formulada e bem cumprida; e em outros, me sentir dispersivo e inoperante.
Pois é a certeza da
incompletude que impulsiona a imaginação e a criatividade dos humanos. A
vontade de saber um pouco mais, entender, criar, aprimorar, fazer.
Se permitirmos que a
inteligência artificial pense e realize por nós, estaremos todos condenados ao
mais profundo e dependente tédio.
Guerreira da poesia
e da arte de viver e lutar https://bit.ly/3GwFhie
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