09 setembro 2025

Enio Lins opina

Traição como princípio, meio e fim: essência do bolsonarismo
Enio Lins 

NO DOMINGO, SETE DE SETEMBRO,  uma imagem falou por mais de mil palavras. Não poderia ser mais verdadeiro, mais emblemático, como imagem trágica e patética do momento vívido pelo país. Uma multidão de bolsonaristas, em desfile na Avenida Paulista desfraldou e se enroscou sob uma gigantesca bandeira nacional – dos Estados Unidos!

TAL GESTO DE SUBSERVIÊNCIA  não pode ser confundido com uma atitude de mera admiração, como nos tempos do movimento hippie, quando usar  The Stars and Stripes  (bandeira americana) e/ou a  Union Jack  (bandeira do Reino Unido) era uma declaração de importação e amorosa aderência à contracultura, ao rock, globalizado de Woodstock para Liverpool. A ação do domingo não é coisa inocente, nem cultural, nem mesmo ideológica. É teratológico. Exatamente porque neste momento o governo dos Estados Unidos sabota a economia nacional, ataca a Justiça brasileira, ameaça nossa soberania. Neste cenário, a turba bolsonarista achou melhor jair marchando, Avenida Paulista abaixo, sob a bandeira da nação estrangeira que está agredindo o Brasil – no Dia da Pátria!

TRAIRÉ A MARCA DO JAIR , o capitão de milícias. Característica repassada aos seus áulicos, contaminando em massa. Viralizando na bolha. Ao longo de sua história pessoal e pública, Jair traiu o Exército, atraiçoou a Constituição, trai o Brasil. Traiu até o Moro, juiz traidor da Justiça em seu favor. Não se pode dizer ter ele traído a ética, pois jamais inventou princípios, nem mesmo por demagogia. Verdade seja dita: o falso Messias sempre foi verdadeiro em seu antipatriotismo, sendo o primeiro e único presidente de uma República estrangeira a bater continência para a bandeira estadunidense, sem quaisquer desculpas protocolares para tal. E a traição milionária de “Dudu Bananinha” em solo norte-americano, ajudando a Casa Branca a atacar o Brasil, é um crime de lesa-pátria como nunca visto d antes na história ocidental, consolidando uma tradição familiar – traição de pai para filho.

TRAIR E COÇARÉ SÓ COMEÇAR é o título de uma peça de teatro escrita por Marcos Caruso, grande sucesso de público no Brasil, em cartaz desde 1986. Virou filme. Mais que uma frase, expressa um conceito. A traição virou comichão bolsonarista: Jair e Dudu comandaram a traição nacional a partir dos Estados Unidos; o pastor-show Silas, idólatra de um mito, trai a Bíblia que jura adorar; Tarcísio trai o compromisso da quadrilha em não ter candidatura presidencial que não seja Jair; militares bolsonaristas traíram as Forças Armadas e a Constituição na tentativa de golpe; governadores bolsonaristas traem os interesses dos Estados que governam ao aderir à rasteira de Trump & Bananinha; Carlucho (o Zero-dois) trai seu fiel eleitorado carioca ao arrumar as malas para se candidatar ao senado por Santa Catarina, t chuvando as alianças catarinenses que se preparavam para disputar o posto; Os empresários bolsonaristas traem seus próprios negócios aderindo ao boicote do governo americano contra os produtos brasileiros. Mas Micheque não trai o marido com o maquiador, aí é fofoca. Em resumo: é necessário extirpar essa sarna da pele brasileira – taí o momento da  ivermectina .

ALÉM DA DESMORALIZAÇÃO  pelo uso da bandeira estadunidense, a sarna bolsonarista rói o tecido moral, penal e constitucional brasileiro ao tentar importar mais um golpe: o indulto avacalhado, desmoralizado, para os crimes cometidos, em cometimento e a cometer por Jair e seus mitômanos ensandecidos. A anistia restrita, covarde e ilimitada ao mito golpista e aos seus achegados, proposta ao Congresso é mais uma traição à Nação, à Ética, à Lei. Não é perdão, é autorização para o crime continuado – garantia perene de impunidade.

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Quem defende o Brasil?
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